Picada de escorpião levou 118 pacientes ao Pronto-Atendimento do Hospital Municipal em 2022 (de 1º/1 a 12/10)

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As ações da Prefeitura de Unaí, via Secretaria de Saúde (Sesau), para orientar a população no sentido de se prevenir contra acidentes com escorpiões serão intensificadas, com a proximidade da chegada do período chuvoso.


Palestras e bate-papos com orientações sobre prevenção serão promovidos principalmente nos PSFs e escolas, tanto na cidade como na zona rural. Na tarde dessa terça-feira (11/10), as orientações ocorreram no PSF do Novo Horizonte.


Está prevista uma próxima palestra para o PSF do Mamoeiro, dia 25/10. O assentamento Brejinho também já recebeu orientações.


Um cronograma desses eventos está sendo preparado no setor de Educação em Saúde da Vigilância Epidemiológica.


A educadora em saúde da Sesau Marisete Santos afirma que a principal orientação “nessas reuniões” é sobre os cuidados que a população precisa adotar, a fim de evitar o aparecimento de escorpiões nas residências e locais de trabalho, especialmente em períodos com alta temperatura e maior umidade, provocadas pelas chuvas.


Os escorpiões estão entre os animais que ficam “assanhados” pelo calor e umidade. E saem em busca de seu alimento predileto, as baratas, que também proliferam mais neste período do ano. À noite, quando as baratas saem, os escorpiões vão atrás. Possuem hábitos noturnos. Por isso, a necessidade de fechar bem os ralinhos, caixas de gordura, saídas de esgoto.


De dia, escorpiões estão escondidos em frestas, rachaduras, debaixo de pedras, sob galhas, ramos, folhas secas, em meio a pilhas de lenha ou resto de material de construção (telhas, tijolos, pedras, etc).


Tanto que para remover ou retirar esses materiais de quintais, jardins, chácaras (principalmente para trazer para a cidade), os indivíduos devem usar luvas de lona, botas de cano mais alto, e ficarem muito atentos ao surgimento repentino de escorpiões ou outros animais peçonhentos.


PARA EVITAR ACIDENTES


O contato com o escorpião pode provocar a picada, se o animal se sentir ameaçado. Os acidentes ocorrem normalmente quando ele é pressionado. Portanto, as mãos e os pés da pessoa são os órgãos mais atingidos, segundo Marisete. “O escorpião não vai atrás do ser humano para atacá-lo. Ele pica para se defender”.


Como vai atrás de baratas para se alimentar, os escorpiões podem entrar nas casas. “Por isso, precisamos ficar de olho nos calçados fechados, nas cortinas, nas toalhas, roupas de cama”, alerta a educadora.


“Cortinas e roupas de cama não devem barrar no chão, senão o escorpião pode subir por elas. Antes de calçar os sapatos, verificar dentro. As camas, sofás (e outros móveis) não devem estar encostados em paredes. Muito cuidado com guarda-roupas e armários com aberturas e buracos”.


PICOU. E AGORA?


Ao ser picado por um escorpião (ferroada causa muita dor, vermelhidão, inchaço e formigamento no local), o indivíduo deve procurar o mais rapidamente possível o Pronto-Socorro do Hospital Municipal, para os procedimentos de emergência e, se necessário, a administração do soro antiescorpiônico.


A orientação vale tanto para o morador da cidade, quanto da zona rural. Em razão da emergência, o indivíduo terá atendimento priorizado, especialmente quando se tratar de crianças e idosos, normalmente mais frágeis aos efeitos do veneno.


Na área rural, Marisete diz que sempre alerta para a necessidade de o “ofendido” se deslocar imediatamente para a cidade, em demanda do Pronto-Atendimento. “Não adianta passar [no local da picada] o álcool daquele vidro que tem um escorpião morto [curtido no álcool e guardado há muito tempo], porque isso não resolve. Tem de procurar o serviço médico de emergência o mais rapidamente possível”, alerta.


O atendimento do paciente no P.A. (118 este ano, entre 1º de janeiro e 12 de outubro) gera uma notificação que segue para o setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, que aciona o Centro de Controle de Zoonoses. O CCZ mobiliza a equipe de agentes de combate a endemias para uma varredura (busca ativa) no local da ocorrência e nas casas vizinhas.


“A equipe é treinada para fazer busca ativa do escorpião onde ele se esconde”, revela o supervisor do Centro de Controle de Zoonoses, Daniel Caetano. “Quando achamos o animal, recolhemos ainda vivos”, completa.


O escorpião capturado será encaminhado à GRS (Gerência Regional de Saúde – órgão ligado à Secretaria de Estado de Saúde), depois segue para Belo Horizonte, onde será produzido o soro antiescorpiônico. Para produzir 1 litro de soro, é necessário extrair veneno de 3 mil escorpiões.


O morador que se deparar com escorpiões em sua residência ou local de trabalho pode ligar diretamente para o Centro de Controle de Zoonoses (3676-4615) e reportar o ocorrido. Uma equipe deve ser deslocada até o imóvel para a busca ativa.


VENENO PARA ESCORPIÃO?


“Não funciona”, segundo o supervisor do CCZ Unaí. Daniel explica que o escorpião possui ‘sensores’ como mecanismo natural de defesa que percebem “de longe” o cheiro da substância química e se esconde ainda mais, evitando entrar em contato com o veneno.
“o escorpião é tão resistente que ele pode ficar escondido durante um ano, sem se alimentar”, revela Daniel Caetano.

 

Cientistas afirmam que os escorpiões, assim como as baratas, estariam entre os poucos sobreviventes em caso de uma guerra nuclear que destruiria a maior parte da vida no planeta.

 

Mas, convenhamos, o escorpião vale muito mais vivo do que morto, para a produção de soro. Por isso as campanhas para capturá-lo vivo, se for possível. De preferência, em segurança e longe de casa.

 

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