ESF Sagrada Família promove palestra de orientação sobre hanseníase

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- A palestra foi proferida pela enfermeira Lívia Araújo Ramos, do Serviço de Atendimento Médico Especializado (Same), órgão da Secretaria de Saúde de Unaí.

- Ela deu informações sobre a doença, forma de transmissão, sinais e sintomas, tratamento e, sobretudo, informou que a doença tem cura, se tratada adequadamente (e gratuitamente) no sistema público de saúde. Lívia ainda respondeu perguntas e tirou dúvidas de usuários do ESF Sagrada Família.

- O bacilo da hanseníase é transmitido por via aérea ou respiratória (tosse, espirro, fala com emissão de gotícula), depois de longo período de contato próximo com pessoa infectada.

- O Brasil ocupa a segunda posição (atrás apenas da Índia) entre os países com maior número de casos de hanseníase no mundo. No país, são detectados cerca de 30 mil casos todos os anos.

- No Same de Unaí, referência para doenças infectocontagiosas para toda a microrregião de saúde (Unaí e mais 11 municípios), em torno de 20 pessoas estão em tratamento contra a hanseníase.

- A doença tem cura, e o tratamento leva de 6 a 12 meses na rede pública de saúde. O tempo de tratamento depende do tipo da hanseníase que acometeu o paciente. São quatro tipos.

- O dia nacional de combate e prevenção à hanseníase no Brasil é comemorado no último domingo do mês de janeiro de cada ano, assim como o dia mundial da hanseníase. A data serve para conscientizar a sociedade sobre a doença e chamar a atenção das autoridades e técnicos de saúde para promover ações de prevenção e combate à enfermidade.

QUEM PODE ESTAR COM HANSENÍASE?

Os sinais clássicos iniciais são manchas na pele, áreas com dormência (falta de sensibilidade), ou ausência de pelos. Mais raramente, podem ocorrer caroços.
Lívia explica que se a pessoa encontrar algum desses sinais no corpo, deve procurar o serviço médico numa unidade básica de saúde. Se houver suspeita, o médico encaminha o paciente para o Same.

“Se a suspeita se confirmar, faz-se o exame de baciloscopia que é oferecido pelo sistema público de saúde. Diagnosticou a presença do bacilo no organismo do paciente, ele faz a retirada do medicamento e inicia o tratamento”, resume Lívia.

É raro os casos de hanseníase avançarem para maior gravidade (por falta de tratamento), mas o Same já recebeu algumas situações, segundo a enfermeira. “Já chegaram pacientes com quadros muito avançados, sem sobrancelhas, sem cabelo, com lesão em falanges dos dedos e o ‘pé caído’ (o paciente perde o movimento dos pés)”.

TRATAMENTO DE 6 A 12 MESES

O tratamento medicamentoso (poliquimioterápico) é feito via oral, com a ingestão de comprimidos. O paciente toma a primeira dose supervisionada, na presença do profissional de saúde. “Depois dessa primeira dose, ele já não transmite mais a hanseníase”, revela a enfermeira do Same. “Aí, o paciente leva outra cartela pra tomar em casa, em doses diárias”.

Durante o tratamento, uma vez por mês o paciente retorna ao Same, para consulta com o médico infectologista e realização de exames, a fim de avaliar como o organismo está reagindo à medicação.

O tratamento medicamentoso pode durar de 6 meses (hanseníase mais leve) a 12 meses, dependendo do tipo de hanseníase. São quatro tipos.

De acordo com Lívia Ramos, a cura da doença vem com o fim do tratamento, quando o paciente se livra dos sintomas e quando o bacilo foi fragmentado. A quantidade e a forma do bacilo serão reveladas em novo exame de baciloscopia, a pedido do médico do Same.

ENTORNO DO PACIENTE DEVE SER INVESTIGADO

“Quando tem uma pessoa diagnosticada com hanseníase na casa, temos de investigar os contatos (domiciliares e sociais) dessa pessoa, tanto os que residem na mesma casa, quanto os que têm um convívio diário e prolongado com ela”, explica Lívia. “Às vezes, o paciente trata e, pouco tempo depois, olha ele com a hanseníase novamente. Ele está convivendo com o foco, está sempre exposto (ao portador do bacilo)”.

Por isso, segundo Lívia, pessoas do convívio diário (e prolongado) do doente de hanseníase precisam ser chamadas ao Same, para avaliação: são feitos exames físicos para detecção de sinais e ainda o teste rápido de hanseníase, para certificar a presença do bacilo no organismo.

Se os exames resultarem positivo, segue-se o protocolo de atendimento e tratamento no Same, até a cura definitiva do doente.

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