Capacitação continuada dos servidores da rede socioassistencial do município é a aposta da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania de Unaí (Semdesc) para melhor atuar no acolhimento e proteção dos segmentos sociais vulneráveis ou com direitos violados.

Com base nesse conceito, a Semdesc está promovendo nesses dias 26 e 27 de março palestras técnicas para cuidadores sociais das Casas Lares. Mas, pela importância da capacitação, a ação acabou envolvendo outros técnicos da rede socioassistencial do município.

De acordo com a secretária municipal Cláudia de Oliveira (Semdesc), com o objetivo de prestar o mais adequado atendimento (especialmente de crianças e adolescentes em acolhimento institucional) que estão sob os cuidados do município, esse tipo de capacitação continuada é fundamental, para aperfeiçoamento das práticas e atualização dos protocolos de acolhimento.

“A infância e a adolescência têm mudado consideravelmente. Isso requer muito cuidado, para cada dia atualizarmos os temas com nossos cuidadores, tanto os mais antigos, quanto os que estão ingressando na rede agora”, explica Cláudia. “Por isso, temos de estar bastante preparados para acolher esse público específico que teve seus direitos violados, motivados por algum tipo de violência ou abuso”.

A Secretaria de Desenvolvimento Social aproveitou a oportunidade e ampliou a capacitação para psicólogos, assistentes sociais e outros agentes que atuam nos Cras, Creas, Residências Inclusivas e Conselho Tutelar.

Nesses dois dias de capacitação, as palestras estão sendo ministradas pela psicóloga Kelen Cristina, que atua em Unaí, e pela assistente social Izabel Cristina da Cunha Freitas, que atua na Promotoria Pública da Vara da Criança e do Adolescente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

CASAS LARES

Como mencionado, os cuidadores das Casas Lares – espaço institucional de acolhimento de crianças e adolescentes que tiveram seus direitos violados e foram afastados da família – são o alvo principal da capacitação.

Unaí possui três dessas unidades, cada qual atendendo dez indivíduos. A mais recente instalação é do início do ano. A ampliação da rede, segundo a secretária Cláudia, é devida ao aumento da violência doméstica e familiar, principalmente contra crianças e adolescentes, durante o “isolamento” em casa imposto pela pandemia de covid-19.

“O resultado pós-pandemia é que aumentou muito o número de crianças e adolescentes vítimas de todo tipo de violência e abuso”, conta a secretária. E é claro que isso impactou a rede de assistência, que precisa se preparar continuamente para o enfrentamento desse aumento de demanda no serviço de acolhimento.

RESIDÊNCIA INCLUSIVA

Pelo fato de o termo “acolhimento” ser o mote principal da capacitação, setores que lidam com a assistência às famílias e outros segmentos vulneráveis também se beneficiaram das palestras.

Por isso, estavam presentes os servidores que acolhem indivíduos com deficiência, na faixa dos 18 aos 60 anos, cujas famílias não têm condição de ampará-los e, por isso, também são acolhidos em espaços institucionais.

O município oferece residências inclusivas para acolher esse público. Os treze atendidos, atualmente, estão divididos por duas unidades (6 numa casa, 7 na outra), conforme a complexidade de suas deficiências e a capacidade de o espaço ofertar acessibilidade.

Numa estão os acamados severos, que requerem cuidados integrais da equipe multiprofissional. Noutra, estão acolhidos os indivíduos com algum grau de autonomia, como capacidade de ir ao banheiro ou tomar banho sozinho.

Já os maiores de 60 anos, com deficiência ou não, e sem uma família que os apóie, são acolhidos institucionalmente no Abrigo Frei Anselmo, que recebe repasse de recursos da Prefeitura, mas cuja gestão está a cargo da Sociedade São Vicente de Paulo.