AGRICULTURA E SERVIÇOS RURAIS – RETROSPECTIVA 2021

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"O trabalho não para. Aqui todo dia é a mesma coisa". Essa a primeira manifestação do secretário municipal de Agricultura e Serviços Rurais de Unaí, Carlinhos do Demóstenes, antes mesmo de o gravador ser ligado para a entrevista de retrospectiva. Carlinhos ressaltou que Unaí tem mais de 12 mil quilômetros de estradas rurais que precisam estar em condição de rodagem diariamente. Para que isso ocorra, as equipes da secretaria precisam trabalhar sem parar.


Mas nem só de consertar e manter as estradas rurais vive o setor. Atua na construção, conserto e manutenção de pontes, de mata-burros, de bueiros, e ainda atendem pequenos produtores e associações de agricultores familiares em projetos de preparo da terra para o plantio (aração e gradação), distribuição de sementes de milho e construção de barraginhas (garantia de água para o rebanho e a lavoura).


LINHAS MESTRAS


No quesito estradas rurais, as linhas mestras requerem maior atenção das equipes. Carlinhos explica que as linhas mestras são as estradas rurais por onde todos da região passam. As outras vias são os galhos, pequenas estradas que levam às fazendas e chácaras (grosso modo, da porteira para dentro das propriedades).


As linhas mestras são as principais responsáveis pelo escoamento da produção, com destaque para a produção de leite e dos alimentos da agricultura familiar. Os ônibus do transporte escolar também utilizam essas vias diariamente. E a importância dessas estradas-tronco para as várias regiões reflete nas determinações da Administração Municipal. "A prioridade do prefeito Branquinho é que essas linhas mestras estejam em condições de rodagem todos os dias", explica o secretário.


Os registros da Secretaria de Serviços Rurais apontam intervenções feitas em variadas linhas mestras ao longo deste ano, a partir de fevereiro. Foram patroladas e encascalhadas as seguintes estradas: Brejinho (sentido fazenda Nova Gabiana), regiões do Piau, da Palmeirinha, de Boa Vista (sentido Cabeceira Grande), Zico Esteves (sentido barragem da Mata Velha), região da barra do córrego (sentido Olivério), chapadão (sentido Britacal, atualmente Café Forte), região do Jataí, região do Santa Maria.


As últimas intervenções foram na região do Curral do Fogo e do Boqueirão (sentido Santa Maria e Igrejinha). "Esse trabalho é feito todos os dias, cada dia numa região diferente", reforça Carlinhos, acrescentando que todas essas estradas (vias mestras) foram "patroladas e encascalhadas". Ele lembra, porém, que outras várias foram somente patroladas. "Praticamente todas as estradas foram patroladas este ano", afirma.


Essa execução, ele explica, tem um alto grau de dificuldade não pelo trabalho em si, mas pelo tamanho do território do município, com cerca de 12 mil quilômetros de estradas rurais.


As vias galhos, da porteira para dentro das propriedades, também são alvo frequente dos serviços implementados pela Prefeitura. Um programa da Administração Municipal, o Agro Legal (Lei 3.092, de junho de 2017) permite que o poder público faça "melhorias" nos galhos, em conformidade com os objetivos do programa, que é estimular e dar apoio às atividades do pequeno produtor rural e similares.


ATOLEIROS SOB CHUVA, POEIRA SOB SOL


O início do período chuvoso, em meados de outubro, até favorece o trabalho de manutenção das estradas, segundo Carlinhos. Dispensa o auxílio dos caminhões-pipa. Mas o excesso de chuvas provoca os atoleiros e aumenta o serviço das equipes para manter as estradas. "Não tem jeito. Deu atoleiro, a gente pega a carregadeira, dois caminhões, e vai salvar o trecho. São muitos [atoleiros] nessa época".


Quando não é chuva, é seca. E, na época da estiagem, o maior problema são os bolsões de poeira. O trabalho de manutenção das estradas foi intensificado no final de fevereiro. "Aí tem de ter os caminhões-pipa e o cascalho para manter as estradas em boa condição", ele explica.


Nesse período de seca, tem outra questão: além de acudir as estradas em manutenção contra a poeira, caminhões-pipa da Prefeitura também são requisitados para levar água para assentamentos e associações, especialmente para matar a sede de animais e irrigar a plantação.


"Tá vendo! É serviço intenso o ano todo", resume o secretário.


REFORMA E CONSTRUÇÃO DE PONTES


Uma sequência de pontes quebradas preocupou a Administração Municipal de 2020 para 2021, que agiu rápido para garantir a rodagem e a segurança de quem precisasse trafegar pelas regiões rurais.


Mas por que tantas pontes quebradas num curto espaço de tempo? Carlinhos responde que antes passavam (transportando peso) pelas pontes apenas produtores de leite, ônibus do transporte escolar, pequenos caminhões. "As pontes suportavam o peso de 18 a 20 toneladas". Mais recentemente, segundo ele, as pontes não suportaram cargas acima de 40 toneladas. E quebraram: madeiras e vigas foram danificadas, esteios avariados.


Hipótese aventada por Carlinhos é de que os fazendeiros e pequenos produtores estão comprando muito calcário para aumentar a produtividade. "Transportam mais de 30, mais de 40 toneladas de calcário sobre as pontes. Aí, várias quebraram".


Com isso, a Secretaria de Serviços Rurais teve de reformar ao menos 171 pontes, somente em 2021. Está tudo registrado, documentado na secretaria. Além de reformar esse quantitativo, neste ano foi construída uma ponte de madeira, novinha em folha, na área sobre o ribeirão Folguedo.


MANILHA NO LUGAR DE MADEIRA


A Administração Municipal começa a substituir pontes de madeira por bueiros (com manilhas) aterrados e cobertos por cimento. Carlinhos conta que dois bueiros, com manilhas de 1,5 metro de diâmetro, substituíram ponte de madeira de mais de 30 metros de comprimento na região do Taquaril (sentido Alcebíades). "Virou um bueiro enorme. A ponte quebrava todos os anos. Agora, o problema está resolvido", conta.


Outra ponte (de madeira) foi substituída por bueiro no PA Modelo. "Quebrou, ficou sem passagem. Construímos um bueiro de 15 metros. Virou praticamente uma ponte de cimento". O objetivo da Administração Municipal, Carlinhos explica, é ir substituindo as pontes por bueiros aterrados e cobertos por cimento. Até porque madeira fica cada vez mais difícil de encontrar.


E dentro dessa nova forma de estrutura, bueiros – com manilhas de variadas dimensões – em substituição às pontes de madeira foram instalados este ano nas regiões de Santa Rita, Lajes, Barreiro, Vila da Paz, Galho, Taboca, Tamboril, Raio e Santa Clara.


PONTES DE CIMENTO


Onde não for possível instalar bueiros em lugar de pontes de madeira, em razão do comprimento das pontes – longas demais para colocar manilhas –, projeta-se construir pontes de cimento. "O prefeito quer construir de 15 a 20 dessas pontes", adianta o secretário. Ele revela já haver projetos em andamento para a construção das primeiras sete pontes. "Isso também é prioridade do prefeito", garante Carlinhos.


BARRAGINHAS


A Secretaria de Agricultura e Serviços Rurais construiu, somente neste ano, mais de 100 barraginhas em pequenas propriedades rurais e assentamentos. Fundamentais, principalmente nas regiões mais secas, as barraginhas retêm quantidade de água (da chuva) suficiente para tratar animais e plantações por um período. E, de quebra, ainda evitam a erosão do solo.


"Se chover bastante, e a barraginha tiver poder de armazenagem, o produtor pode ter água por bom tempo", afirma Carlinhos do Demóstenes. Algumas, com tempo de uso, precisam passar por reformas.


A construção de barraginhas nas pequenas propriedades rurais entram na conta do estímulo à atividade agrícola, e o serviço é amparado pelo Programa Agro Legal da Prefeitura de Unaí.


ARAÇÃO E GRADAGEM


Assim como a construção de barraginhas, a Secretaria de Agricultura e Serviços Rurais faz o serviço de preparo e conservação do solo (aração e gradagem) para o plantio em pequenas propriedades e assentamentos rurais.


O secretário Carlinhos admite que a capacidade "anda é pequena" para atender todos que necessitam do serviço, mas reforça que a prestação vem sendo feita dentro das possibilidades. "Mesmo beneficiando menos produtores do que a gente gostaria, a secretaria passa o ano todo fazendo também esse serviço".


DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES


A Prefeitura incentiva o pequeno produtor com doação de sementes de milho, também como parte do programa de estímulo. Mas este ano não houve a distribuição de sementes. Carlinhos salienta que a Administração Municipal até abriu licitação para comprar as sementes, mas não apareceram fornecedores.


A falta de sementes de milho, segundo o secretário, pode estar diretamente vinculada à crise deflagrada pela pandemia de covid-19, e ao consumo exagerado nos países consumidores. "Não teve grão. Houve falta de milho", justificou o secretário.


EMENDAS DE VEREADORES


Carlinhos do Demóstenes ressalta que das emendas de vereadores destinadas ao orçamento para execução obrigatória pela Prefeitura, somente a Secretaria de Saúde recebe mais recursos do que a Secretaria de Agricultura e Serviços Rurais. Por força de lei, a Saúde deve receber um mínimo de 50% das destinações de emendas impositivas.


O restante do valor de emendas pode ser destinado a outras secretarias, mas segundo Carlinhos, a maior parte é alocada na Secretaria de Agricultura e Serviços Rurais, que recebe recursos principalmente para aquisição de implementos agrícolas (grade aradora, distribuidora de calcário, carretinha), material que é aproveitado em associações de pequenos produtores e assentamentos da agricultura familiar.

 

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