Produção de peixes: Governo Federal quer parceria de Unaí e Região para viabilizar produção de pescado

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Brasília é o terceiro maior mercado consumidor de pescado do Brasil; por ano, a região consome cerca de 60 mil toneladas de peixes, mas produz apenas 2.000 toneladas. Portanto, há um déficit de 58 mil toneladas na produção.

Por isso, o governo federal quer estimular os municípios da região integrada do DF e Entorno a produzir. Hoje, a maior parte do peixe consumido no DF vem de uma cooperativa do Paraná, que fica a mais de 2.000 km distante de Brasília. O Paraná é o maior produtor de tilápia do Brasil.

Unaí, Arinos, Buritis e Cabeceira Grande fazem parte da Ride e foram convidados para reunião em órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária, na sexta-feira, 1º de março, quando foram apresentadas as linhas gerais de um projeto, “Peixes do Cerrado”, com o qual a Superintendência de Pesca e Aquicultura pretende incentivar o cultivo de peixes no DF, em quatro municípios mineiros e 29 municípios goianos, integrantes da Ride.

“Eu enxerguei nessa história do peixe a oportunidade de um novo salto de desenvolvimento para nossa região. Vejo que as possibilidades são reais e amplas”, afirmou o prefeito José Gomes Branquinho, que representou os prefeitos na reunião. “É um negócio interessante, o sujeito que mora na roça poder criar peixe e ter para quem vender”.

O superintendente federal de Aquicultura e Pesca (regional DF), Vítor José de Andrade Júnior, afirmou que a reunião seria um primeiro passo para viabilizar o “Peixes do Cerrado”, começando pelo cultivo da tilápia, pescado mais consumido no Brasil.

“A superintendência tem condições de trazer capacitação em cooperativismo, as Prefeituras entrarem com escavação de tanques e, depois, o Ministério conceder os alevinos (peixes recém-nascidos). O Sebrae pode entrar, num terceiro momento, com o fornecimento de parte da ração, inicialmente”, avaliou Vítor.

Antes, porém, é necessário organizar e estruturar a cadeia produtiva (e dar sustentabilidade), para que nenhum elo esteja desconectado na hora que começar “de fato” a produção. “A tilápia está ganhando o mundo. O tanto que produzir, o mundo vai consumir”, garante o dono de um frigorífico de peixes no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina.

Ele contou que seu frigorífico (que já está licenciado e, parado, porque não tem peixe) está com capacidade instalada e pode buscar na área de produção até 5 toneladas de pescado, por vez, para abate.

A empresa possui um caminhão para transportar até 9 toneladas. O empresário disse que, viabilizado o projeto, deseja começar a abater 60 toneladas por mês e, num futuro próximo, chegar a 300 toneladas mensais.

Um eventual excedente de produção poderá ser vendido para São Paulo, maior mercado consumidor de pescados do país. “A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) tem condição de comprar toda nossa produção. É um grande comprador”, revelou o dono do frigorífico. Parte do grupo fez uma visita ao frigorífico , em Planaltina, ao término da reunião, em Brasília.

CONSUMO DE PEIXE AINDA É BAIXO

A média do consumo nacional de peixes é de 11 quilos por habitante ao ano. A estimativa é que essa média atinja 18% no Distrito Federal, terceiro maior mercado consumidor brasileiro, ficando atrás de São Paulo e Rio de Janeiro.

Na Europa, a média de consumo do pescado gira em torno de 70 kg por habitante/ano. Nos Estados Unidos, a média anual atinge os 80 kg por habitante.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) estabelece que o ideal de consumo de pescado por habitante/ano deveria ser de 120 quilos.

CADEIA PRODUTIVA REGIONAL

De acordo com o superintendente, assim como o prefeito de Unaí (a quem já havia visitado), os outros prefeitos da Ride abraçaram o projeto. “Os prefeitos foram todos visionários, entenderam que esse é um projeto que pode trazer soluções imensas para os municípios, tanto em termos de alimentação para os assentamentos, para que possam produzir a própria comida, quanto para a produção de riqueza via empreendedorismo, ou seja, produzir para vender”.

Ele entende que, numa segunda fase do projeto, a tendência é a implantação de indústrias de beneficiamento, indústrias de ração, que devem trazer desenvolvimento para o município, com criação de emprego e geração de renda.

As cooperativas e associações são fundamentais nessa gestão, segundo Vítor. “Sem cooperativas, o projeto não funciona. Por isso, vamos implantar essa mentalidade, essa cultura do cooperativismo”. Outros atores importantes para deslanchar o projeto são os centros de pesquisa, extensão e desenvolvimento.

Já foi com base nesse primeiro entendimento que o prefeito Branquinho convidou, para essa reunião, as cooperativas (Capul e Cooperagro presentes), os Sindicatos Rurais (de produtores e de trabalhadores), a Universidade Federal (UFVJM), a Emater (Assistência Rural) e o IMA (Defesa Sanitária Agropecuária).

Participaram ainda representantes das Prefeituras de Arinos, Buritis e Cabeceira Grande; do Convales ((Consórcio de Saúde e Desenvolvimento dos Vales do Noroeste de Minas) e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Arinos.

A secretária nacional de Aquicultura, Tereza Nelma, foi quem abriu a reunião, destacando as linhas gerais da política de fomento do setor.

Manifestaram-se ainda a superintende de Agricultura e Pecuária, Jane Batista de Oliveira Santos e a coordenadora geral de Desenvolvimento e Inovação de Aquicultura, Luciene Mignani.

“Vamos somar esforços, cada um com sua expertise, com sua capacidade de contribuir, para poder colocar o projeto em prática”, arrematou o superintendente Vítor de Andrade. “Vamos começar com a produção de pescado. Depois vamos expandir para outros segmentos da cadeia produtiva da aquicultura (rãs, algas, camarão, peixes ornamentais...)”.

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