Prefeitura busca área para instalar novo cemitério – São Vicente de Paulo e São João Batista estão esgotados

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Depois de quatro anos buscando solução, prefeito Branquinho pede à população que ajude a Administração Municipal a arranjar um terreno que seja bom para todos.

 

"Ninguém quer um cemitério por perto, e nem pode ser longe demais da cidade", lamenta o prefeito José Gomes Branquinho, ao se queixar da dificuldade que a Administração Municipal está encontrando em destinar uma área onde possa ser construído o novo cemitério unaiense. Tanto o São Vicente de Paulo (no Cachoeira), quanto o São João Batista (no Primavera) estão com a capacidade praticamente esgotada.


Essa preocupação da Administração Municipal não é de agora. De acordo com o prefeito, são quatro anos buscando uma solução. Todos os empreendedores imobiliários da cidade foram procurados. Nada feito.


A Administração Municipal avalia algumas opções de terreno da própria Prefeitura, mas sempre esbarra em alguma inviabilidade (ou a área não encaixa nas exigências ambientais, ou o terreno é pequeno, ou é longe da cidade). Branquinho, apertado, pede ajuda à população no sentido de encontrar uma solução que seja boa para todos: Prefeitura, população, empreendedores.


Se os empreendedores concordassem, a Prefeitura receberia a área que o loteador destina ao município (sob a rubrica institucional) e construiria o cemitério. "Seria bom para o município, porque não precisaria comprar uma área; seria bom para o empreendedor, porque ao entregar uma área contínua ao município, ele economizaria na construção de infraestrutura (menos rua, menos asfalto, menos rede de esgoto, menos poste de iluminação pública, menos drenagem). Seria bom para os dois lados", avalia Branquinho, que disse ter buscado acordo com todos eles.


A proposta, porém, não foi bem aceita pelos loteadores, porque – segundo o prefeito –, eles entenderam que os imóveis seriam desvalorizados, perdendo pelo menos metade do valor, com um cemitério na vizinhança.


A saída para o poder público, então, poderia ser a desapropriação de uma área, sob alegação de necessidade pública, para atender a uma utilidade pública ou interesse social. Essa hipótese, no entanto, foi descartada pelo prefeito.


"Poderia demorar muito", assinala. Segundo Branquinho, a Prefeitura teria que avaliar o terreno, muito caro em regiões mais valorizadas, depositar o dinheiro. O empreendedor poderia contestar, ingressar com ação na Justiça, virar uma briga danada, e não resolver nada. "Eu não vou invadir terreno e desapropriar na marra", destaca.


A pressa do prefeito em achar uma solução está associada à lotação dos dois cemitérios da cidade: o São Vicente de Paulo, cujos primeiros registros datam de 1956, e o São João Batista, que está completando 30 anos. "Estão lotados, e nós estamos apertados. Não é mais uma questão de querer ou não querer [um novo cemitério]. Tem de fazer".


MAS POR QUE, ATÉ AGORA, NÃO DEU CERTO?


As variáveis que emperram a definição da área são muitas, conforme atesta o prefeito:
Na saída para Paracatu, segundo Branquinho, tentou-se de todas as formas negociar com os loteadores, mas não houve acordo.


Na saída para Brasília, nos arredores da Coagril, os empreendedores também não quiseram.
Atrás da serra do Taquaril, região das Chácaras Rio Preto, o rio inviabilizaria a instalação, já que a distância mínima exigida de cursos d'água é de 500 metros.


Depois do aeroporto, na região das Chácaras Areia, ninguém quer. Porque é longe, contramão e de difícil acesso.


Depois da ponte sobre o rio Preto, região do Terra Nova, Água Branca, não tem mais espaço suficiente.


Em direção ao bairro Mamoeiro, a partir da fábrica de rações da Capul, também esbarra no problema dos loteamentos, e ninguém quer.


Na saída para Arinos/Buritis, a Prefeitura teria de comprar um terreno bem depois da serra da Bocaina.


BATATA QUENTE


Depois das diversas buscas infrutíferas, surgiram duas opções (que podem ser a solução), cujos terrenos são do próprio município, embora ambos com fatores limitadores:


Há um terreno da Prefeitura depois do bairro Amazonas (região do Cidade Nova), mas com apenas 30 mil metros quadrados de área e limitado por terrenos particulares, ou seja, sem possibilidade de expansão.


Na opinião do prefeito, esse terreno resolveria o problema de imediato, mas deixaria a batata quente nas mãos dos próximos prefeitos. Só empurraria o embaraço.


"Se o São João Batista, que ocupa uma área de quase 60 mil metros quadrados, durou 30 anos, se construirmos nessa área, vai durar entre 5 e 10 anos. Aí vou resolver o problema da minha administração e empurrar para os próximos prefeitos", avalia Branquinho. Ele calcula que o novo cemitério (a ser construído) deveria ocupar uma área de, no mínimo, 80 mil metros quadrados.
"Para atender Unaí nos próximos 50 anos, o cemitério ideal deve ocupar uma área superior a 10 hectares (ou mais de 100 mil metros quadrados)", calcula o prefeito.


PERFEITO, MAS LONGE


E para atender as exigências de tipo de solo, inclinação de terreno, distância de curso d'água e área de mais de 100 mil metros quadrados, somente uma opção de terreno público da Prefeitura se apresentou. Trata-se de uma área de 180 mil metros quadrados, entre o Centro Socioeducativo, no bairro Santa Clara, e o bairro Mamoeiro.


Para Branquinho, a área é ideal para a instalação. Terreno plano, arrumado, distante de qualquer curso d'água, mas com um agravante: a distância de 8 km do Centro de Unaí. "O local é perfeito, mas é longe. Para quem tem carro, não tem problema. Mas é difícil para quem não tem", assinala o prefeito.


E AGORA, BRANQUINHO?


Nos últimos dias, aumenta a apreensão do prefeito para arranjar essa solução. "É um calo que eu tenho no pé hoje, mas nós precisamos falar sobre cemitério, achar um jeito". E nessa busca de alternativa que seja boa para todos, o prefeito pede ajuda à população:


"Se alguém tiver uma solução melhor, favor nos ajudar. Peço, inclusive, compreensão, porque se tomarmos uma decisão, e amanhã não ficar de acordo com as ideias (da sociedade, do cidadão), e alguém se sentir prejudicado, procure entender, porque não temos saída. E temos de fazer".

 

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Vista aérea do Cemitério São João Batista (Primavera)

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Vista aérea do Cemitério São Vicente de Paulo (Cachoeira)

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