Saneamento e gestão do lixo: Unaí já percorreu mais da metade do caminho

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A primeira audiência oficial dos comitês (de Coordenação e Executivo) para elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico e de Gestão de Resíduos Sólidos (lixo), realizada nessa terça-feira (4/9), sinalizou que Unaí já está bastante adiantado nas questões relacionadas ao saneamento básico (a cargo do SAAE) e nas iniciativas para redução do lixo no aterro (sob responsabilidade da Prefeitura). Mas, por outro lado, ainda há muito a se fazer.

 

Para a secretária municipal de Meio Ambiente, Cátia Regina Rocha, mesmo com a implantação da coleta seletiva do lixo, por meio da Areuna (Associação Recicla Unaí), e a instalação de ecopontos na cidade, como a Arepu – para recolhimento de pneus – e a Acelu – para recolhimento de eletroeletrônicos e lâmpadas, muito ainda precisa ser feito para que a população participe efetivamente.

"Para nós, é um enorme desafio. Ainda temos grande quantidade de lixo na nossa cidade. Tudo isso está deixando o aterro insustentável, e a Prefeitura vem sendo multada", lamenta Cátia. A secretária conta que mesmo a Arepu recolhendo 118 toneladas de pneus por ano na cidade, ainda existem setores, inclusive do comércio e serviço de pneus, que descartam peças diretamente no aterro ou na natureza.

 

O mesmo ocorre com outros materiais passíveis de ser beneficiados pela logística reversa. Unaí possui pontos de recebimento, mas materiais continuam sendo descartados a esmo. "O que mais temos dentro do aterro é papel, papelão, plástico", explica Cátia. "Temos a Areuna, que faz a coleta desse material reciclável. Falta somente a cultura de separar o lixo e colocar para fora na hora do caminhão recolher".

 

Acompanhando de perto os primeiros passos para elaboração dos planos, a superintendente da Amnor (Associação dos Municípios do Noroeste), Ivonete Antunes Ferreira, registrou que "nenhum outro município no noroeste já avançou como Unaí em quesitos como recebimento de materiais para logística reversa. "São poucos os municípios brasileiros que já alcançaram os avanços de Unaí em questões como instalação de ecopontos, para receber materiais que não devem ir para o lixo".

 

De acordo com Ivonete, esses planos (de saneamento e resíduos sólidos) devem ser construídos paralelamente ao entendimento da sociedade de que a gestão do lixo não cabe somente ao prefeito, aos secretários ou aos vereadores. Toda a coletividade deve ser envolvida na ação. Para impulsionar o trabalho, a representante da Amnor destacou a "coragem, a vontade e o comprometimento dos integrantes dos comitês que aceitaram o desafio de contribuir na construção dos planos unaienses".

 

Água e esgoto

 

Uma média de 52% dos municípios brasileiros coletam o esgoto, segundo o diretor-geral do SAAE, Geraldo Oliveira. Desses 52%, ele revela, apenas 45% desses municípios tratam o esgoto coletado.

 

Unaí figura entre os municípios brasileiros que avançaram, e muito, em relação a medidas de saneamento básico. Com a inauguração, em breve, do emissário de esgoto que sai de Mamoeiro/Santa Clara e vai percorrer os bairros do outro lado da ponte sobre o Rio Preto, 98% do esgoto da cidade estará coletado. Atualmente, a coleta atinge 92%. Todo o esgoto coletado na cidade é tratado pelo SAAE.

 

De acordo com a diretoria do SAAE, a água tratada pela autarquia chega a 100% das residências da cidade.

 

Gabinete

 

Durante a audiência de abertura dos trabalhos com o pessoal dos comitês, no anfiteatro do SAAE, o vice-prefeito Waldir Novais agradeceu a "todos que aceitaram o chamamento municipal para fazer parte do projeto de elaboração dos planos".

 

Waldir chamou a atenção para a importância da participação social na construção (conjunta) do plano e salientou que toda a ação passe pelo conhecimento das escolas unaienses. "Porque são as nossas crianças, estudantes hoje, que vão cobrar mais tarde pelas ações e decisões que estamos tomando agora", justificou o vice-prefeito.

 

Durante o pronunciamento, ele lembrou que "doravante, nenhum município vai conseguir recursos federais, se não apresentar os planos prontos". Na esteira dos recursos vindos para o saneamento, ressaltou Waldir, o município dará um salto qualitativo em áreas como saúde, educação, desenvolvimento social, infraestrutura, esporte, cultura e turismo.

 

No mesmo sentido, falou o vereador Paulo César Rodrigues, representando a Presidência da Câmara Municipal. Segundo o vereador, "o plano dará esse direcionamento para o poder público das políticas que devem ser adotadas pelo setor nos próximos 20 anos".

 

Palestra

 

Na apresentação do projeto de elaboração dos planos aos membros dos comitês, o consultor Edison Martinez explicou que a entrega dos planos municipais (pelas prefeituras) está atrasada em todo o Brasil, mas que não passa deste ano, por exigência da lei.

 

Engenheiro sanitarista, o consultor explicou aos membros dos comitês os objetivos dos planos. E, depois que virarem lei municipal, segundo ele, os planos vão nortear os eixos do saneamento básico em Unaí nos próximos 20 anos, com revisão a cada quatro.

 

"Todas as decisões que vamos tomar e ações que vamos implementar provocam consequências na vida das pessoas. E ações de saneamento básico podem impactar na saúde, no meio ambiente, no turismo, na economia, no desenvolvimento social. Por isso, a importância da participação de toda a sociedade nessa construção", explicou o consultor.

 

Audiências públicas serão feitas com os diversos segmentos da sociedade unaiense para captar informações, avaliar sugestões e discutir proposições. Entre as atividades de participação pública, serão agendados inclusive concursos culturais nas escolas.

 

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