Areuna pede população para separar o lixo e identificar o reciclável

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Papel (jornais, revistas, livros, cadernos), papelão, plástico, latinhas de alumínio, garrafas pet, embalagens e copos descartáveis não são lixo e valem dinheiro. Por isso, deveriam ser "separados" (do lixo comum), para reciclagem e venda. E não ir para o aterro de lixo. Porém, não é o que ocorre na maior parte dos casos. O aterro de Unaí está lotado de objetos que não deveriam estar lá, especialmente de material que poderia ser reciclado e revertido em dinheiro para quem trabalha com a coleta na cidade.

 

Uma dessas entidades é a Areuna (Associação Recicla Unaí), fundada há 15 anos com o apoio da Prefeitura. Os associados são ex-catadores que viviam do antigo lixão, no bairro Novo Horizonte. Em 2005, receberam apoio da Prefeitura para formar a entidade, manter o negócio e sobreviver de suas vendas. Portanto, vivem do trabalho de coletar, prensar e vender o material para recicladoras.

 

Além de garantir o sustento de várias famílias, o trabalho de coleta e preparo de material para reciclagem é fundamental para a preservação do ambiente e da saúde pública, já que esses ingredientes (lixo/meio ambiente/saúde pública) fazem parte de um mesmo pacote.

 

QUER AJUDAR? SEPARE O LIXO E IDENTIFIQUE O RECICLÁVEL

 

O lixo comum (restos de cozinha, papel higiênico, fraldas descartáveis, entre outros "molhados") deve ser colocado em sacos de lixo (preto) ou sacolinhas de mercado.
Já o resíduo reciclável (papel, papelão, livro, caderno, jornal, garrafa pet, copinhos descartáveis, plástico, embalagens) deve ser separado e colocado em sacolinhas (ou saco de lixo) transparentes ou coloridas. Se tiver só sacolinha de mercado ou saco de lixo preto, pelo menos procurar identificar com um aviso ou etiqueta. Por exemplo: MATERIAL RECICLÁVEL.

 

Essa a identidade visual para orientar os coletores, senão continua indo tudo pro mesmo lugar: o aterro de lixo, atrás da serra do Taquaril.

 

"O nosso aterro é riquíssimo, porque tem muita coisa indo pra lá que podia virar dinheiro. E faz muita falta para nós", diz a presidente da Areuna, Deilma dos Reis Medeiros, que pede a compreensão e a contribuição da população unaiense.

 

SOLIDARIEDADE SOCIAL E DEFESA DO AMBIENTE

 

Para a secretária municipal de Meio Ambiente, Cátia Regina Rocha, o engajamento da população é fundamental para garantir a sobrevivência da Areuna (que precisa pagar aluguel, contas de água, luz, telefone, combustível e ainda manter os associados). E, de quebra, ajudar o meio ambiente e a saúde pública.

 

"Em Unaí, as pessoas têm um espírito muito solidário. Por que, então, não separar o material reciclável e doar para o pessoal da Areuna?", sugere Cátia. "Se não fizermos isso, estamos tirando a oportunidade dos associados conseguirem recursos para sua sobrevivência".

 

CAMINHÃO DA COLETA SELETIVA

 

Para recolher o material separado e identificado pela população, a Areuna possui um caminhãozinho. Ele percorre as ruas do Centro da cidade e dos bairros, chamando a atenção com mensagem sonora.

 

A vontade de trabalhar é tão grande, que o caminhãozinho da reciclagem vai aonde é chamado. Quem quiser saber os horários da coleta, o funcionamento do trabalho, ou mesmo chamar o caminhãozinho, pode ligar no telefone da Areuna (3676-1774) ou no celular (9.9964-9898).

 

"As pessoas precisam entender que muito do que jogam no lixo é dinheiro que vai faltar pra nós", salienta Deilma, encarecendo o envolvimento e a compreensão dos unaienses para engajarem na campanha de coleta seletiva do lixo.

 

NOVO ATERRO SANITÁRIO VAI REQUERER COLETA SELETIVA

 

A secretária lembra ainda que Unaí está concluindo a fase de licenciamento ambiental para a construção do Aterro Sanitário, coisa que nunca teve. A separação do lixo orgânico do material reciclável (papel, papelão, alumínio, plástico, garrafas pet), e de engenharia reversa (vidro, pneus, eletroeletrônicos) é condição indispensável para o funcionamento sustentado e para manutenção do aterro.

 

Além das entidades para coleta de recicláveis, Unaí já possui pontos de devolução para pneus inservíveis, vidros (incluindo garrafas), eletroeletrônicos (tudo que pode ser ligado na tomada) e ainda pilhas, baterias e lâmpadas.

 

"Se a população não se educar para fazer a coleta seletiva e o descarte adequado do lixo e de outros resíduos o quanto antes, o futuro aterro sanitário de Unaí, que pode ter uma vida útil de até 20 anos, não passará de cinco. Será dinheiro da população que a própria população desperdiça", adverte Cátia Regina.

 

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