Lixo espalhado pela cidade: Prefeitura limpa, parte da população suja

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Uma volta pelas beiradas da cidade revela a irresponsabilidade e a falta de consciência de parte da população com a saúde pública e o ambiente urbano. Na manhã da última quinta-feira (18/2), pegamos uma carona no veículo "administrativo" da limpeza urbana para verificarmos as dificuldades bem de perto: minilixões são "alimentados" diariamente em pontas de ruas e beiras de bairros.

 

O problema ocorre em toda a cidade, mas acompanhamos apenas parte, nos bairros Laguna, Sagrada Família, Amazonas, Iuna, Novo Horizonte e Canaã. Um servidor que nos acompanhava disse que naquela manhã muitos dos locais estavam até limpos, porque a Prefeitura havia dado uma geral nas últimas semanas.

 

Dois caminhões do Departamento de Limpeza Urbana – não é caminhão da coleta de lixo – saem diariamente com três servidores cada um para recolher o que a população "descarta incorretamente" nas beiras da cidade. Na maior parte das vezes, a retroescavadeira vai junto. O trabalho é grande.

 

Muito entulho, material de demolição, capim, galhas, restos de poda, sucata de televisores, fogões, geladeiras, roupas, sapatos, guarda-roupas e armários. E, o que é pior: vísceras de porcos, bois, frangos, peixes. E até, imagine você, animais de estimação mortos. Tudo jogado onde bem entendem, normalmente onde se formam "amontoados". O fedor se destaca. A visão é horrível. Muitas das ocorrências nas proximidades de moradias.

 

FRETES

 

Muito desse descarte, segundo já se sabe, é feito por meio de carroças e veículos de frete. O sujeito paga o fretista, mas não sabe onde o resíduo será descartado. Numa das beiradas do bairro Novo Horizonte, em área vizinha a residências, flagramos um carroceiro saindo de um terreno onde os resíduos vão se avolumando. O fedor assusta. Diante de nosso espanto, um servidor da limpeza urbana revela: "Limpamos essa área no final de janeiro. Já está assim".

 

Não é só quem trabalha com frete, porém, que descarta o lixo onde pensa ser mais fácil. O secretário Durval Mendonça (Obras e Serviços Urbanos) assinala que muita gente que sai de chácaras ou fazendas em direção à cidade também descarta lixo no local que mais lhe convém.

 

No final do bairro Sagrada Família, por exemplo, um pequeno lixão vai se formando em caminho que dá acesso a chácaras. No final do Laguna, o mesmo. Já foram instaladas placas de "É Proibido Jogar Lixo" em vários pontos, mas ignoram a placa e jogam o lixo debaixo, na frente, atrás, dos lados.

 

No bairro Iuna, um dos pontos de descarte de lixo é nas proximidades da quadra Poliesportiva. Área com asfalto, onde o caminhão da coleta passa três vezes por semana. Mas parece não servir. No local, vimos roupas, muitos sapatos, pedaços de armário e algum mau cheiro. Sinal de lixo orgânico em decomposição. E por aí vai.

 

Numa porção do Canaã, outro minilixão "criado". Dono de um comércio próximo, um cidadão nos aborda: "a prefeitura limpou aí na semana passada. Olha como já está. Essa carniça afasta os clientes que compram aqui, que entram e saem correndo".


Ele revela que um dos indivíduos que descarta lixo ali o faz com um carrinho de mão. "Ele é pago pra recolher lixo em algumas casas e joga aí". Irresponsabilidade de quem pega e de quem paga. O caminhão da coleta de lixo passa todas as segundas, quartas e sextas no bairro.

 

QUE FAZER?

 

O secretário Durval Mendonça (Obras e Serviços Urbanos) explica que a Prefeitura trabalha dia após dia para deixar a cidade limpa. Coleta o lixo comum diariamente. Remove os minilixões das beiras da cidade e das pontas de ruas. Mas lamenta que alguns insistem em sujar. "Limpamos hoje, amanhã sujam".

 

Ele assinala que não cabe à Prefeitura limpar e nem recolher podas e galhas de árvores, entulhos, material de construção ou de demolição e ainda material reciclável (papel limpo, papelão, plásticos, garrafas pet, vidros, latinhas) e nem de logística reversa (eletroeletrônicos que não funcionam mais, pneus inservíveis, embalagens, entre outros). Tudo isso é particular, e cabe à pessoa descartar corretamente ou pagar para que alguém faça. A Associação Recicla Unaí (Areuna) coleta os recicláveis. 

 

"No caso de restos de poda e de entulho, que vem do quintal da pessoa por exemplo, ela própria deve contratar um fretista e pedir a ele que entregue o material no aterro controlado de Unaí", explica Durval. Nada de depositar em montinhos no canteiro central e nem jogar nas beiradas da cidade. Segundo ele, o aterro tem gente 24 horas por dia, preparada para receber esse tipo de material e encaminhar para a destinação correta, no local. O aterro fica atrás da serra do Taquaril, depois da lagoa de decantação do SAAE.

 

ANIMAIS MORTOS

 

O mau cheiro sentido em muitos "minilixões" é resultado do descarte de restos de comida e de animais mortos e em decomposição. Durval lastima que ainda joguem cadáveres de bois, cavalos, gatos, cães e outros animais nas beiras da cidade. A Prefeitura tem uma solução para isso no aterro controlado da cidade.

 

O dono deve transportar o corpo até o aterro, que lá darão a destinação correta. Se não houver possibilidade de transportar, o dono pode ligar no Departamento de Limpeza Urbana, órgão da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, e requerer o serviço, pelo telefone 3677-5087.

 

DENÚNCIAS

 

A população pode ajudar a Prefeitura a manter a cidade limpa. É só não sujar e denunciar quem suja. As denúncias podem ser feitas à Polícia Militar, parceira engajada da Prefeitura na manutenção da ordem, ou à fiscalização municipal. O telefone geral da Prefeitura é o 3677-9610.

 

Jogar lixo em logradouros públicos é infração prevista no Código de Posturas de Unaí e crime ambiental previsto em lei federal. Sujeita o infrator ao pagamento de multas.

 

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