Leishmaniose em cães: Centro de Zoonoses inicia inquérito canino pelo bairro Santa Clara

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- Agentes de endemias percorrerão, casa por casa, todo o bairro. Depois é a vez do bairro Mamoeiro. A região possui alta população canina e já registrou leishmaniose tegumentar em humanos no ano passado


- Coleta de uma gota de sangue da orelha do cão é feita na hora para o teste rápido. Em caso positivo, é colhido o sangue na veia do animal, para confirmação em laboratório


- Se o cão estiver positivado nos dois testes, deve ser recolhido pelo Poder Público, já que a leishmaniose não tem cura, e o Ministério da Saúde preconiza a eutanásia


- Morador que não entrega cão para o teste ou, em caso positivo para eutanásia, precisa assinar Termo de Recusa. Se não assinar, é lavrado um boletim de ocorrência policial e o caso encaminhado para o Ministério Público


- Cão não transmite a leishmaniose, ele é reservatório do protozoário leishmania. A doença é transmitida pela picada da fêmea do mosquito palha, que adquire o protozoário ao picar o reservatório. E o ciclo é continuado.


O inquérito canino é um levantamento epidemiológico que faz um retrato da situação dos cães em relação à leishmaniose. O trabalho começou nessa segunda-feira, 6/2, pelo bairro Santa Clara, onde agentes de endemias baterão de casa em casa, ofertando os testes rápidos, feitos por meio da coleta de uma gota de sangue da orelha do animal. Os agentes vão perfazer todo o bairro, depois avançam para o Mamoeiro. Na região, há uma grande população de cães e, no ano passado, foram registrados casos de leishmaniose tegumentar em humanos.


Os agentes que fazem o inquérito canino são parte do quadro de servidores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) - órgão da Secretaria Municipal de Saúde - e trabalham diretamente com a médica veterinária do CCZ, Juscely Carolina Carneiro (Carol). "É uma equipe treinada, muito capacitada para realizar o trabalho. Os agentes estão diretamente sob minha orientação e supervisão", enfatiza a veterinária.


A escolha da região dos bairros Santa Clara/Mamoeiro para o inquérito canino neste ano resulta da avaliação da grande população canina existente na região, da distância entre esses bairros e o CCZ (onde também é ofertado o teste rápido) e do registro de casos de leishmaniose tegumentar em humanos no Mamoeiro em 2021. No ano passado, a ação foi desenvolvida na região do bairro Novo Horizonte.


"Identificamos os locais que demandam uma ação do Centro de Controle de Zoonoses. Temos de ir onde a população mais demanda esse serviço", justifica Carol.


CASA FECHADA? TEM CÃES? NÃO TEM CÃES?


Quando os agentes deparam com uma casa fechada, deixam um aviso (na caixa de Correios ou debaixo do portão), no qual pedem para o morador entrar em contato com o CCZ (3676-4615). "Mesmo se o morador não tiver um cão, pode ligar e avisar que não tem, para a gente dar baixa na casa. Se tiver o cão, deve ligar e combinar um horário para o teste".

 

Se a casa tem um cão, mas o tutor se nega a apresentar o animal para a realização do teste durante o inquérito canino, ele precisa assinar um Termo de Recusa.


DEU POSITIVO. E AGORA?


Se o resultado, tanto do teste rápido (feito pelos agentes) quanto do confirmatório (feito em laboratório), deu positivo, então a Administração Municipal é obrigada a seguir o que é preconizado pelo Ministério da Saúde: recolher o cão para eutanásia.


Carol explica que o Ministério da Saúde indica e reconhece a eutanásia como única medida de controle da leishmaniose, porque a doença não tem cura no animal. E, segundo ela, mesmo sem sintomas (emagrecimento, feridas no focinho e pontas de orelhas, queda de pelos, crescimento das unhas, comprometimento de órgãos internos como fígado e rins) o cão doente transmite a leishmaniose. Ela revela que 7 em cada 10 cães com a doença não revelam sintomas.


"E uma vez infectado, não tem cura. A gente diz que a leishmaniose é uma doença depauperante e crônica, significa que o animal vai definhando", explica Carol. E com o passar do tempo, o agravamento da doença pode ser de muito sofrimento para ele, na medida em que os sintomas vão avançando.


A veterinária admite, no entanto, que há casos em que o tutor do cão busca um "tratamento caro e paliativo", feito à base de um medicamento autorizado pelo Ministério da Agricultura. "Não se trata de cura. Vai reduzir a carga do protozoário na pele do animal, mas não é 100%. Ainda assim, o cão pode ser reservatório de leishmaniose".


O protozoário em questão é a leishmania, que se desenvolve no organismo do mosquito quando este pica um cão infectado (adquire o leishmania) e alimenta o ciclo ao picar outro cão ou mesmo o ser humano, repassando o patógeno. O protozoário é transmitido pela picada da fêmea do mosquito palha, que mede cerca de 2 milímetros, tem cor marrom-amarelada e é comum nesta região.


A eutanásia nos cães é feita no menor tempo possível, sem sofrimento para os cães, segundo a veterinária do CCZ. O cão doente toma uma anestesia geral e, depois de completamente sedado, recebe o medicamento que causa a parada do coração. "É tudo feito de forma muito respeitosa", garante.


NÃO QUER ENTREGAR O CÃO?


Deu resultado positivo nos dois testes (rápido e confirmatório), o tutor deve entregar o cão ao poder público para a eutanásia. Caso se negue, deve assinar um Termo de Recusa. Se não entregar o cão e nem assinar o documento, um boletim de ocorrência policial será lavrado e tudo encaminhado para a Promotoria Pública.


Segundo Carol, essa é a forma de a Administração Municipal se resguardar da ocorrência de problemas com a leishmaniose em dada região. Por exemplo, um vizinho de alguém que tem um cão "sabidamente" doente contrai a leishmaniose, o tutor do animal poderá ser responsabilizado, principalmente em caso de morte.


"Todas as recusas (de fazer o teste, de entregar o cão positivado) são encaminhadas para a Promotoria Pública em forma de denúncia. Daí para frente, cabe ao Ministério Público e à Justiça dar andamento à ação", ressalta a veterinária do CCZ.


Outro exemplo passível de condenação, adverte Carol, é o tutor que mantém o animal com leishmaniose definhando no quintal, sem nenhum tipo de tratamento. "O ato pode ser considerado maus-tratos, e a pessoa ser processada e condenada, inclusive a cinco anos de detenção".


CÃES "DE RUA" PASSAM PELO INQUÉRITO?


Se os agentes percebem um cão "de rua" em situação "muito debilitada" podem testar o animal. Caso o resultado do teste rápido seja positivo, Carol reconhece a dificuldade de realização do teste de confirmação feito em laboratório, cujo resultado dura até uma semana. E neste prazo (enquanto aguarda o resultado), o cão de rua pode sumir. "Deu positivo no teste rápido, temos de levá-lo, senão corremos o risco de perder o animal, que continuará doente nas ruas", avisa a veterinária.

 

Mas essa situação (de agentes durante o inquérito) depararem com cães de rua aparentemente doentes não é tão comum. O mais comum, segundo Carol, é algum cidadão demandar a presença dos agentes em determinado local e comentar a situação sintomática do cão que vive nas imediações. "A pessoa que tem o hábito de dar água, comida àquele cão, liga e comenta os sintomas observados no animal. A gente pede o apoio à pessoa para facilitar a aplicação do teste".


CCZ EM DOMICÍLIO


A pessoa com mais de 10 cães sob sua tutela pode ligar no CCZ e solicitar a visita. Os agentes vão até o domicílio fazer os testes. O mesmo ocorre com pessoas idosas, impossibilitadas de sair, ou com pessoas com pouca mobilidade ou com dificuldades para ir até o CCZ, como os cadeirantes.
Devem ligar no 3676-4615 e agendar a visita.


PREVENÇÃO À LEISHMANIOSE


A primeira medida preventiva é a realização periódica dos testes de leishmaniose nos cães (pelo menos duas vezes ao ano), que podem ser feitos gratuitamente no CCZ, às segundas e quartas-feiras, das 7h às 10h e das 13h às 16h. Antes de levar o cão, recomenda-se ligar (3676-4615), para evitar algum contratempo, e confirmar.


Outra medida preventiva é o manejo do ambiente onde os cães vivem, removendo folhas secas, frutas podres no chão, pedaços de madeira, fezes de animais, ou seja, restos de matéria orgânica que funcionam como criadouros do mosquito transmissor, que também prolifera nas proximidades de galinheiros e viveiros de aves.


Outra dica é endereçada especialmente aos tutores que levam os cães para passear no início da manhã ou no final da tarde, horários de maior atividade do mosquito palha. Se não for possível mudar o horário dos passeios, para maior proteção, a pessoa deve usar repelente e colocar a coleira repelente no cão, instrumento com resultado bastante eficaz para afastar o mosquito.

 

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