Gruta do Gentio II

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(...) a Gruta do Gentio II, em Unai, apresenta datações mais antigas, de 8.620 +/- 100 anos, período correspondente à ocupação por caçadores-coletores. Mas foi nas camadas mais recentes, datadas de 3.490 +/- 120 a 430 +/- 70 anos, época correspondente à ocupação por  agricultores ceramistas, que foram encontrados numerosos coprólitos.

As condições micro climáticas da gruta permitiram a conservação de restos orgânicos e também de corpos, como o de uma criança que também tivemos oportunidade de examinar. Para o exame deste corpo mumificado utilizou-se um retossigmoidoscópio, a fim de evitar danos à rede que o envolvia. Os coprólitos retirados da cavidade abdominal revelaram os mesmos parasitos encontrados nos coprólitos coletados do solo: ovos de Trichuris trichiura e de ancilostomídeos, confirmando a presença desses parasitos entre índios da América pré-colonial.

Fonte: Revista de Divulgação Científica Ciência Hoje. Nov/Dez. 1982


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Acauã – Uma Múmia Brasileira / Sítio arqueológico Gruta do Gentio II

O Sítio arqueológico Gruta do Gentio II é um dos mais completos do Brasil em termos de variedade e qualidade de artefatos. Trata-se de um sítio cerimonial, localizado em uma caverna simples, escolhida para abrigar sepultamentos desde cerca de 12.000 AP. Nela foram identificados duas Camadas ocupacionais em dois Horizontes Culturais e temporais diferentes. O horizonte mais antigo contem vestígios do período Arcaico (caçador – coletor) e sua datação está entre 12000 e 5000 AP. Ocorre um intervalo sem ocupação e por volta de 4.500 anos até os tempos históricos, a Gruta foi utilizada como zoneamento funerário pela sociedade Una. A reocupação por essa sociedade tribal se dá no horizonte Horticultor e está representada pela Fase cerâmica Unaí, a mais antiga da Tradição Una encontrada no Vale do São Francisco a noroeste de Minas Gerais.

Entre dezenas de artefatos foi também coletada uma pequena múmia natural (o clima seco da caverna a mumificou) de uma menina de aproximadamente 12 anos de idade cujo MtDNA a coloca como uma descendente do haplótipo A2 um dos mais antigos da América. Foi sepultada em uma prateleira natural da caverna, com diversos acompanhamentos funerários. Pernas e braços envolvidos em colares de sementes de capim navalha já lhe atribuem status de criança especial, mas um “arco de fazer fogo” atravessado ao ombro esquerdo e a raiz tuberosa (mandioca) sobre o lado direito do peito, símbolo do feminino encontrado em outros sepultamentos dessa tradição a confirmam. Foi sepultada em uma fina rede de algodão e fechando o fardo um couro de veado a protegeu por 3350 AP, até ser descoberta em 1977 pelas equipes do Instituto de Arqueologia Brasileira (IAB) que em homenagem ao pássaro acauã comum na região de Unaí foi assim nominada. Este artefato vem sendo objeto de altos estudos científicos estabelecidos em convênios, do IAB com a FIOCRUZ desde a década de 1970.


Filiaçao cultural do objeto

Período: Pré-histórico

Tradição: Una

Fase: Unaí

Local: Unaí, Minas Gerais

Sítio: Gruta do gentio II, MG RP 06

Nível: 50 – 70 cm

Análise cultural do objeto

Tipo: Múmia (material esqueletizado e tecidos mumificados)

Sepultamento: Nº 10 Tipo Primário

Material: Ósseo Humano

Dimensão: 100 x 40 cm

Datação: 3350 AP

Fonte: Acervo IAB 1977

Catálogo: 686

Catálogo

Fonte: Instituto de Arqueologia Brasileira - IAB




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