Projeto Unaí Encena transforma estudantes em atores

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Com o apoio da Prefeitura de Unaí (PMU), por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Sectur), o projeto Unaí Encena está impulsionando a atividade teatral na cidade e formando novas gerações de estudantes-atores. O projeto é desenvolvido pela Cia. de Teatro Pé na Estrada e tem como público-alvo os estudantes do ensino médio das escolas públicas de Unaí com mais de 13 anos de idade. No primeiro semestre do ano, o Unaí Encena promoveu oficinas, preparação de diretores, curso de iniciação teatral, etapas que culminaram na realização do Festival Estudantil, em junho, nas dependências do Cepasa.

 

O trabalho começou com os organizadores do projeto percorrendo as escolas públicas da cidade que oferecem o ensino médio. Mais de 90 estudantes se inscreveram gratuitamente. Começaram as oficinas, mas pouco mais de 30 concluíram as etapas. O Unaí Encena iniciou-se efetivamente no dia 19 de janeiro, com a preparação dos diretores. Em março, deram início às oficinas com os alunos: maquiagem, cenário, iluminação, figurino, expressão corporal. As oficinas ocorreram aos sábados e domingos, com forte envolvimento dos estudantes.

 

O diretor da Cia. Pé na Estrada (e produtor do Unai Encena), André Campos, prefere dividir o projeto em três partes: curso de direção, curso de iniciação teatral e festival estudantil (como culminância do projeto). Tudo isso ocorreu no primeiro semestre. Segundo ele, o papel da Prefeitura como parceira foi fundamental no desenvolvimento do Unaí Encena. A Sectur garantiu ao grupo o espaço do UAI para as oficinas e todo o apoio necessário (som, computador com impressora, internet e outras ferramentas) para a consecução geral do projeto.

 

O projeto Unaí Encena foi "encampado" pela PMU e apresentado em Belo Horizonte para captação de recursos no Fundo Estadual de Cultura. "Na época de apresentação ao fundo, foi o grupo de teatro que melhor se preparou para demandar recursos do Estado", justifica a secretária municipal de Cultura e Turismo, Luciana Navarro. Ela lamenta o projeto não ter sido aprovado pelos critérios do Fundo Estadual de Cultura em BH, mas em razão da viabilidade técnica foi aprovado e encampado pela PMU.

 

"A atividade teatral está atraindo muitos jovens para a arte. Esta é uma possibilidade importante oferecida para os estudantes, tem mexido com a vida de muitos deles", reconhece Luciana. Ela explica que a atividade teatral tem sido muito importante não só para a formação de novos atores nas escolas, mas também como disseminadora de mensagens de cunho social, ambiental, de segurança pública, entre outras. "Isso tem um nome: é o teatro aplicado", André ensina.

 

As entidades, empresas particulares, escolas e outros equipamentos públicos estão demandando muito os grupos de teatro para passar mensagens sobre temas como bullying, segurança no trânsito, saúde, segurança no trabalho, comunicação, política, sexualidade, inclusão social, papel da mulher na sociedade moderna, enfim temas atuais que fazem parte da vida da comunidade. Luciana explica que o fato de o teatro apresentar uma linguagem simples, direta, mais fácil de ser absorvida costuma ser bastante eficiente na transmissão de mensagens ao público-alvo.

 

André ressalta que temas que mexem com a vida em sociedade foram abordados nas peças teatrais exibidas durante o festival estudantil. "A gente está lidando com uma juventude que está querendo se expressar, pulsante, vendo tudo que está acontecendo e não quer ficar calada. Eles estão querendo dizer o que pensam, o que sentem, mostrar a visão deles sobre a vida e o mundo contemporâneo". E como base condutora para os atores em formação, os diretores foram buscar inspiração em obras de Nelson Rodrigues, Plínio Marcos, Anton Tchekcov, Guimarães Rosa, entre outros baluartes da literatura e da dramaturgia.

 

Luciana revela que não foram poucos os pais dos estudantes (atores em formação) que agradeceram a iniciativa e a oportunidade de os filhos poderem participar do projeto. Mas, para que o projeto se desenvolvesse, foi preciso ter um corpo diretivo alinhado com a filosofia aplicada no trabalho. Para preparar os "novos" atores, três diretores teatrais de Unaí foram fundamentais: Lívia Vitória, Alif Cunha e Philipe Gottelib.

 

O trabalho de Lívia Vitória resultou na formação da Cia. Os Banguelas; Alif Cunha formou a Cia. Mulambo de Teatro; e da intervenção de Phillipe Gottelib surgiu o Grupo Hipólita. Ainda de Unaí, o Grupo Contra Regra (formado em festival promovido no ano passado) apresentou um trabalho com direção de Víctor Lucas.

 

E para dar mais impulso à cena teatral unaiense, promover o intercâmbio e a troca de informações com atores e diretores locais, o festival estudantil atraiu grupos de outras cidades. O diretor Gueuber Evandro trouxe o Grupo Cênikas (Paracatu); Com direção de Edson Fernandes, veio o ator Mário Cortês (Uberaba); E com direção de Marcello Sannyos, foi apresentada a Cia. de Teatro Grand Sertão (Urucuia).

 

O festival

 

Depois da maratona de preparação dos "novos" atores, chegou a hora de mostrar o resultado. O Cepasa foi o palco para as apresentações nos dias 27, 28, 29 e 30 de junho. Cento e sessenta espectadores compareceram, por noite, para assistir às peças. Os ingressos foram vendidos a 10 reais. Os grupos de fora ficaram com 25% da bilheteria, para ajudar na manutenção. O dinheiro da bilheteria também ajudou na formação de cenários e na composição de figurinos.

 

As peças encenadas foram "Tetelestai" (Cia. Os Banguelas), Circ us (Grupo Contra Regra), Caravana da Ilusão (Cia. Mulambo de Teatro), Mancha Roxa (Gueuber Evandro), Confins (solo Mário Cortês), O Porão de Bernarda (Grupo Hipólita), Memórias de uns Vira-latas (Coletivo Ruart), O Grande Sertão Veredas (Cia. de Teatro Grand Sertão), A Gaivota: uma desmontagem unaiense (Cia. Pé na Estrada).

 

No último dia do festival, domingo (30/6), depois da apresentação de "A gaivota: uma desmontagem unaiense", houve a premiação dos melhores: atriz (Ana Carolina, do grupo Hipólita), atriz coadjuvante (Maria Eduarda, do grupo Hipólita), ator (Danilo Victório, da Cia. Mulambo), ator coadjuvante (Natanael Naason, do grupo Hipólita), iluminação (Cia. Mulambo), sonoplastia (grupo Hipólita), maquiagem (grupo Hipólita), cenário (Cia. Mulambo), figurino (Grupo Hipólita), dramaturgia (O porão de Bernarda Alba, grupo Hipólita), espetáculo (O porão de Bernarda Alba, grupo Hipólita).

 

Os jurados que escolheram os "melhores" do festival foram Sara Lee (atriz da Cia. Pé na Estrada), Gueuber Evandro (diretor do grupo Cênikas, de Paracatu) e André Campos (produtor do projeto Unaí Encena e ator da Cia. Pé na Estrada).

 

Para André Campos, o grande desafio é dar continuidade ao projeto para fortalecer a atividade teatral em Unaí, o que ele chama de quarta etapa do Unaí Encena. "A primeira ação é colocar os grupos para se apresentar. Mas, o mais importante é fazer com que os grupos formados não se desintegrem, e continuem atuando". Ele explica que a manutenção dos grupos coesos e trabalhando é que resultará no fortalecimento da atividade.

 

O festival deste ano, por exemplo, serviu como elemento motivador para que no ano que vem o evento seja maior e mobilize muito mais pessoas, inclusive os grupos vindos de outras cidades. Diretor teatral de Uberaba que esteve nesse festival estudantil aprovou a fórmula e já prometeu voltar a Unaí no evento do ano que vem. Detalhe: trazendo grupos daquela região do Triângulo para troca de experiências e de conhecimento.

 

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