Agraciados os novos comendadores da tradicional Festa de Santo Antônio do Boqueirão (243º ano)

logo pmu only


Toggle Bar

portal cidadao menu

acesso informacao minibanner

Pin It

Altair Ribeiro de Sá, Amadeu Pina Vasconcelos, Jésus Frutuoso da Silva (Fizico), José de Souza Matos (Belê) "in memorian" e Nelson Ribeiro de Sousa são os romeiros agraciados com a Comenda de Santo Antônio do Boqueirão em 2021. A solenidade oficial de entrega das comendas ocorreu no santuário de Santo Antônio (igreja nova), na tarde desse domingo, 13 de junho, dia do santo. Em razão da pandemia de covid-19 (que interrompe as atividades presenciais pelo segundo ano consecutivo), somente alguns familiares dos homenageados estiveram presentes ao evento, que foi transmitido on-line pelo canal da Paróquia Nossa Senhora da Conceição no YouTube.


À solenidade oficial estiveram presentes o prefeito José Gomes Branquinho, a secretária Luciana Navarro (Cultura e Turismo), o vereador Paulo Arara (presidente da Câmara Municipal), o frei Geraldo d'Abadia (pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição) e Argeu Lima da Fonseca (presidente da Associação dos Romeiros de Santo Antônio do Boqueirão – Arsab).

 

A Comenda de Santo Antônio do Boqueirão foi instituída em 30 de agosto de 2005. Destina-se a reconhecer e homenagear os romeiros que ajudaram (e ajudam) a fazer a festa e a manter a tradição religiosa da romaria, que completa 243 nos. Os agraciados – cinco por ano, sendo um "in memorian" – são indicados pela Prefeitura, pela Câmara Municipal, pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição e pela Associação dos Romeiros de Santo Antônio do Boqueirão (Arsab). A comenda é entregue oficialmente no Dia de Santo Antônio, que é feriado municipal em Unaí.


ALTAIR RIBEIRO DE SÁ


Indicada pela Prefeitura, dona Altair considera-se uma "devota de Santo Antônio", assim como toda sua família e a família do saudoso marido. A sogra de dona Altair morreu no Boqueirão, no período da festa, e está enterrada no cemitério do distrito.


Anos atrás, a família de dona Altair vinha "de mudança" para o Boqueirão, depois de uma semana de preparação.


Pai, mãe, nove filhos, parentes, funcionários da fazenda vinham em carros de bois. Ela considerava toda aquela movimentação em direção à romaria uma "viagem inesquecível".


Fiéis devotos, ela e familiares tinham como primeiro compromisso (quando chegavam ao Boqueirão) ir à igreja pedir a bênção de Santo Antônio. Nos dias da festa, participavam de todas as missas, procissões e atividades realizadas.


Dona Altair recebeu a comenda das mãos do prefeito José Gomes Branquinho.


AMADEU PINA VASCONCELOS


Nascido e criado na Fazenda Canabrava, onde reside, Amadeu sempre participou (e participa) na realização da festa. A romaria de Santo Antônio é uma tradição em sua família (esposa, três filhos e cinco netos). Seu pai, Virgílio, foi folião do Divino Espírito Santo.


A família de Amadeu chegava ao Boqueirão em carros de bois, de cavalo, e até a pé, muitos cumprindo promessas. As crianças chegam na "charrefusca", metade charrete, metade fusca. A tradição da romaria é mantida pela família.


A lenha para a fogueira também é trazida pela família em carros de bois.


Indicado pela Prefeitura, Amadeu recebeu a comenda das mãos da secretária municipal de Cultura e Turismo, Luciana Navarro.


JÉSUS FRUTUOSO DA SILVA (FIZICO)


Nascido em Abadia dos Dourados, Fizico chegou a Unaí em 1960. Desde essa época frequenta a romaria no Boqueirão. Durante anos seguidos, montou acampamento no local, como fazem diversas famílias (de várias partes do noroeste de Minas, de Goiás e do DF) por ocasião da festa.


Católico fervoroso, desde a mocidade Fizico participa da festa, ajudando, colaborando, oferecendo prendas e fazendo doações. Devoto, fez várias promessas a Santo Antônio e sempre foi atendido. Segundo ele, isso se deve à força de sua fé.


Por essas e outras, Fizico foi indicado a "comendador" pela Câmara Municipal e recebeu a homenagem do presidente da Casa Legislativa, vereador Paulo Arara.


JOSÉ DE SOUZA MATOS – "IN MEMORIAN"


Mais conhecido como "Belê", o unaiense José de Souza Matos nasceu em 1931. Durante vários anos chegou ao Boqueirão, para a festa, descendo o rio de canoa. Casou-se com Amália Mota dos Santos e, com oito dias de casado, mudou-se para a chácara dos padres. Os objetos de sua mudança também chegaram de Canoa à chácara. Teve nove filhos. Faleceu em 24 de dezembro de 2006.


Durante a romaria, Belê servia às atividades da igreja: ajudava nas cerimônias religiosas, nas coletas, e tudo o mais que precisavam dele. Era o "guarda" da igrejinha (a antiga igreja do Boqueirão) nesse período e dormia na sacristia. A festa de Santo Antônio era muito aguardada por ele.


Belê foi indicado pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição e homenageado "pelos enormes préstimos, esforço e orgulho para servir à igreja e a Santo Antônio". O frei Geraldo d'Abadia entregou a comenda a Gislene, filha do homenageado.


NELSON RIBEIRO DE SOUSA


Nelson Ribeiro de Sousa descende da família Salgado, uma das mais tradicionais na festa e romaria de Santo Antônio do Boqueirão. Moradores nas proximidades do distrito, os Salgado eram sempre os primeiros a montar barraca e acompanhar a romaria.


A chegada ao distrito, frequentemente, se dava por carros de bois. Vinham principalmente para pagar promessas e agradecer bênçãos alcançadas. Lutam para manter a tradição da romaria.


A honraria a Nelson foi concedida por indicação da Associação dos Romeiros de Santo Antônio do Boqueirão. Como mora em Brasília (DF), por motivo de força maior (relacionada a trabalho) não pôde comparecer à cerimônia, para receber a comenda. O agraciado foi representado no ato por Vera Santana.


COMEÇO DE TUDO


Tudo começa quando, ainda no século 17, "nobres" fazendeiros visitam a região onde hoje está situado o distrito do Boqueirão, em busca de terras para criação de gado. Conta a história (narrada pela professora Maria Torres Gonçalves) que a imagem de Santo Antônio fora levada para o local por José Rodrigues Frois, ou por um de seus filhos.


A imagem fora deixada sobre um toco de árvore, para marcar o local que possuía ótimas pastagens. Os fazendeiros teriam ido a Paracatu, a fim de providenciar ferramentas e alimentos, com a intenção de retornar ao boqueirão e construir moradas. Pessoas que passaram pelo local e depararam com a imagem do santo (ali, sem eira nem beira) imaginaram tratar-se de um milagre.


Outra versão narra que a imagem de santo Antônio teria sido roubada por escravos que, sem saber o que fazer com ela, deixaram-na sobre o tronco de uma árvore. A imagem fora recolhida e entregue à Diocese de Paracatu. Tempos depois, a mesma imagem teria aparecido sobre o mesmo toco.


O "milagre", então, penetrou no imaginário popular. Daí em diante, tiveram início as peregrinações e romarias. Uma capela foi construída no Boqueirão. De lá para cá, a tradição conta 273 anos de festa e romaria de Santo Antônio.


O distrito de Santo Antônio do Boqueirão fica a 44km distante do Centro de Unai. Recebe visitantes e romeiros de todo o noroeste de Minas, dos vizinhos Goiás, Distrito Federal e noroeste da Bahia.


No período da festa e romaria, famílias unaienses de tradicionais romeiros também acampam no distrito, que se torna um grande espaço de encontro e convivência. Missas, procissões, batizados, folias, desfile de carros de bois são alguns atrativos da festa.


O dia consagrado a Santo Antônio (do Boqueirão), 13 de junho, é declarado feriado municipal em Unaí desde 2005. À época, entendeu-se que era a oportunidade concedida para que todos os devotos (comerciantes, trabalhadores, estudantes) pudessem ir ao distrito e renovar sua fé e devoção ao santo do dia.


Estima-se que cerca de 10 mil pessoas circulem pelo Boqueirão no dia do santo. O movimento, porém, é bastante expressivo no local durante toda a primeira quinzena de junho.

 

sntoo 0006


sntoo 0001

sntoo 0002

sntoo 0003

sntoo 0004

sntoo 0005







top