EDUCAÇÃO – RETROSPECTIVA 2021

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Ano atípico, com professores e alunos fora da sala de aula. Essa a consequência da pandemia do novo coronavírus, que chegou ao Brasil em março de 2020 e provocou uma crise sanitária sem precedentes no país. O setor da educação foi bastante prejudicado, já que precisou garantir alguma estrutura escolar, mas com alunos e professores em casa, na maior parte do ano. O desafio foi enorme, pelo inusitado da situação enfrentada. "Mas a estrutura escolar foi mantida", assegura o secretário municipal de Educação de Unaí, professor Geraldo Magela da Cruz.


Distribuição de material impresso para estudo e exercícios, aulas on-line ministradas via plataformas digitais e kits de alimentos (para compensar parte da merenda escolar) entregues aos pais dos alunos estavam entre as alternativas encontradas pela Semed, para garantir um mínimo da estrutura escolar diante do momento excepcional vivido.


"Foi um ano atípico, bem diferente do que a gente costuma fazer. Costumamos fazer uma abertura oficial para iniciar o ano letivo, com palestras, músicas, oferta de capacitação para motoristas do transporte escolar, auxiliares de serviços gerais das escolas, para professores e gestores escolares. Não foi possível em 2021", lembra o secretário.


Com alunos e professores fora da sala de aula, a alternativa encontrada pela Secretaria de Educação inicialmente foi desenvolver apostilas de exercícios e distribuir aos alunos. "Todas as escolas, todos os alunos receberam a apostila", assinala o secretário, ao acrescentar que o material didático, elaborado por equipe técnica da Semed, foi antes (de ser distribuído) apresentado ao prefeito Branquinho.


"Olha a qualidade desse material", orgulha-se o secretário Geraldo, ao nos apresentar dois exemplares de apostila: uma do 1º período do ensino infantil e outra do 9º ano do ensino fundamental. "Essas apostilas não ficam devendo nada às oferecidas pela rede particular", comentou.


MAS COMO FUNCIONOU?


Os pais ou responsáveis buscavam a apostila na escola, e o aluno estudava o conteúdo em casa, fazia os exercícios e o pai (ou mãe) devolvia para o professor corrigir. "O aluno foi avaliado pelo que fez na apostila. Esses exercícios feitos funcionaram como prova de avaliação. A presença do aluno também foi computada mediante a devolução da apostila preenchida".


Paralelamente, professores criaram grupos de alunos em plataformas digitais para ministrar aulas a distância, conforme atesta o secretário de Educação. Eles combinavam entre si, dentro do grupo. "Em tal dia, em tal hora, o professor fulano dará aula on-line".


As aulas eram importantes para reforçar o conteúdo das apostilas e para tirar dúvida dos alunos, mas infelizmente nem todos tiveram acesso aos recursos digitais ou à internet, situação que gerou perdas (para muitos) e danos ao aprendizado (de vários).


O secretário reconhece o problema, mas garante que a Prefeitura fez o que estava ao alcance, naquele momento. "A covid causou um prejuízo social e escolar muito grande. Mas Unaí não ficou atrás. Se perdas houve, não foi tanto por falta de material didático e empenho de nossas equipes. Fizemos nossa parte".


VANTAGENS E DESVANTAGENS


A suspensão das aulas imposta pelo poder público, no entendimento do professor Geraldo, "foi importante" naquele momento de escalada dos casos de infecção, hospitalização e óbitos, em consequência da covid-19.


Por outro lado, ele reconhece que houve perdas, especialmente para os alunos, porque muitos não tiveram acesso aos meios digitais para acompanhar as aulas on-line. "Muitos não tinham acesso à internet, não conseguiam fazer as tarefas em casa sozinhos e os pais não davam conta de ensinar", admite o secretário.


Ele diz acreditar que além de algum prejuízo no aprendizado, outro (talvez pior) foi um longo tempo de ausência de interação social aluno-aluno, aluno-professor e de todos com o ambiente escolar. "Esse (perda da interação intergrupal) um grande prejuízo didático-pedagógico, fora o emocional e psicológico".


Segundo o professor Geraldo, conviver, trocar ideia, brincar, fazer amizades são "extremamente importantes" no fortalecimento dos laços pessoais, afetivos e de aprendizagem no ambiente escolar.


EM JULHO, SEMED ADOTOU O SISTEMA HÍBRIDO DE ENSINO


No meio do ano de 2021, novas medidas de flexibilização dos protocolos contra a covid permitiram à Semed retomar parte das aulas, com a adoção do modelo híbrido de ensino: enquanto metade dos alunos estava em casa, a outra metade estava na sala de aula. Isso garantia uma sala de aula com menos alunos, mais distanciamento social e maior controle dos protocolos sanitários.


"Essa separação da turma era feita pelo número do aluno na chamada de classe. Numa semana, os números pares da chamada estavam em sala de aula segunda, quarta e sexta, enquanto os ímpares estavam na terça, quinta e sábado. Na outra semana, invertiam os dias", explica Geraldo Magela.


A hora da merenda também foi adequada às medidas de proteção das crianças, professores e servidores. As turmas já não se encontravam mais. Uma sala, de cada vez, saía para merendar. "Tínhamos de evitar aglomerações", ressalta o secretário. Ele explica que o mesmo cuidado foi adotado no transporte escolar, que só carregava metade dos alunos, o que permitia o distanciamento entre eles dentro do ônibus.


O sistema de ensino híbrido funcionou de agosto a outubro.


EM NOVEMBRO, TUDO COMO DANTES


Com o aumento de pessoas vacinadas, o número de infectados foi caindo, assim como de hospitalizações e óbitos, a ponto de, no mês de novembro ser possível flexibilizar ainda mais as medidas sanitárias de proteção da população em geral, situação que permitiu à Secretaria de Educação retomar 100% das aulas presenciais. A partir do dia 3/11, o sistema de ensino retomou a normalidade, mas ainda seguindo protocolos de segurança sanitária.


Estavam preparados para esse retorno? "Sim. Aditivamos as linhas do transporte escolar. Os professores intensificaram as medidas de segurança dentro das salas de aula. Em caso de professores com comorbidades, instalamos divisórias com proteção afastando-os o máximo possível dos alunos. Tem funcionado bem", ressalta o secretário de Educação.


ATIVIDADES PARALELAS


Depois do mês de agosto, a Semed ofereceu palestras on-line para os professores, com abordagens especialmente ligadas à área de saúde, como saúde bucal, autoestima e saúde mental, temática considerada "muito pertinente" para abordagem no enfrentamento à pandemia. As palestras foram ministradas por profissionais da Secretaria Municipal de Saúde.


Outras palestras e exposições de especialistas voltadas para a "formação" de professores foram ofertadas no formato on-line, diferentemente das presenciais de anos anteriores. Mais uma atividade que prezou pelo distanciamento, para evitar infecções pelo novo coronavírus.


REDUÇÃO DE PERDAS E DANOS


As perdas de aulas e os danos ao aprendizado gerados pela pandemia são fatos reconhecidos pelo professor Geraldo Magela como "grave prejuízo". No início, foi feito o que era possível, em sua opinião.


Ele reconhece, porém, que a Semed não poderia ter controle sobre o que as crianças ou adolescentes faziam, quando deviam estar estudando em casa, pelo menos no horário escolar. "Eu presenciei crianças ajudando o pai a fazer cerca lá no meio do mato, isso em horário escolar. Por causa da pandemia, não estavam na escola, mas, no mínimo, deveriam estar em casa, fazendo as atividades escolares".


Para tentar minimizar os efeitos negativos que a crise sanitária provocou na relação ensino-aprendizado, professor Geraldo revela estar trabalhando num projeto para implementar um sistema de reforço escolar. "O projeto está bem adiantado", revela ele. "Pode demorar um pouco para recuperar o tempo perdido pelos alunos, mas é possível", diz, otimista.


Além do projeto de reforço escolar, ele quer firmar parcerias com escolas ou institutos de psicologia da cidade em programas que beneficiem tanto alunos quanto professores que tiveram suas vidas e de suas famílias impactadas pela covid-19, para uma recuperação mais rápida dos efeitos negativos da pandemia e a retomada da vida em sua normalidade.


O secretário avalia que a situação de Unaí, do ponto de vista de alternativas para o ensino durante a pandemia, foi (e ainda está sendo) melhor do que de inúmeros outros municípios. "Tem muito município que não ofertou apostila aos alunos e nem adotou o sistema híbrido de ensino, dificultando ainda mais essa relação. Em alguns, as aulas só retornariam (com alunos em sala de aula) no dia 22 de novembro".


Ao final da entrevista, Geraldo Magela afirmou, com algum alívio diante de um quadro de pandemia que arrefeceu, mas não acabou: "eu me sinto bem confortável pelo que fizemos. Estou em paz com minha consciência e com Deus, porque a nossa parte foi feita".


2022 NO RADAR


O calendário escolar do ano de 2022 já está pronto, segundo o secretário, que diz estarem apenas esperando a agenda do Estado ser divulgada, para a Semed confirmar as adequações. "Seguimos as diretrizes do Estado. Mas já estamos com tudo planejado para o ano que vem, plano de trabalho já pronto, calendário elaborado. Temos de saber e ter o controle do que será feito, onde será feito e como será feito".


Professor Geraldo observa que, na Secretaria de Educação, tudo é feito de acordo com plano de trabalho. "Senão, não anda".

 

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