Rio Preto aumentou o volume, mas não saiu da calha

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As chuvas que caíram sobre a região de Unaí no fim de semana atingiram 96 milímetros. A precipitação pluviométrica alinhada à soltura da água das barragens que ficam acima da cidade – somente a PCH Unaí Baixo soltou 578 metros cúbicos por segundo no domingo – resultou em aumento do volume da água do rio Preto.

 

A quantidade foi o suficiente para cobrir a pedra do urubu, o que levou o pessoal da Defesa Civil Municipal a estimar que o rio tenha subido mais de dois metros naquela região. O coordenador da Defesa Civil de Unaí, Alberto Martins, e o diretor, Elias de Sousa, percorreram alguns pontos do rio na manhã desta segunda (8/2), para avaliar a situação. A situação, segundo avaliaram, é de "quase normalidade". Isso, porque houve aumento no volume do rio, mas que não chegou a preocupar.

 

Os agentes da Defesa Civil foram aos locais onde há réguas de medição instaladas, como na ponte sobre o rio Preto e nas proximidades da cachoeira. Há um medidor eletrônico na curva do rio que manda informação diretamente para Belo Horizonte. "Tá tranquilo, tá dentro da normalidade. Aumentou o volume, mas não saiu da caixa", assinalou Elias de Sousa, diretor da Defesa Civil há quatro anos e acostumado a esse tipo de monitoramento.

 

O engenheiro Diogo Carneiro, da Cemig Belo Horizonte, entrou em contato com Alberto Martins nessa manhã e informou que pode chover na tarde/noite de hoje (8/2), mas que amanhã (9/2) a chuva deve perder força e seguir em direção ao norte de Minas. Segundo esse mesmo engenheiro, a barragem da Usina de Queimado ainda tem muita capacidade de reter a água da chuva que cai a montante, e que não há necessidade de abrir comportas.

 

O problema maior, segundo Alberto, são as barragens menores (Unaí Baixo e Mata Velha) que possuem pouca capacidade para segurar a água que chega. Mas Prefeitura e PCHs estão em contato constante. Ribeirões como Santa Rita e Tamboril também ajudam a aumentar o volume do rio Preto, quando recebem muita água de chuva.

 

SEM PREOCUPAÇÃO

 

Dona Heloísa Viana mora há 28 anos na porção final da rua João Pinheiro, bairro Itapuã, beira do rio Preto. De tanto observar o rio em épocas de chuva, como agora, já fala com propriedade sobre a variação do nível das águas. Ao receber a visita da Defesa Civil nesta manhã, ela "tranquilizou" os agentes, dizendo que naquele volume estava tudo dentro da normalidade.

 

Dona Heloísa sabe muito bem o que é enfrentar uma situação em que o rio sobe repentinamente. Na grande enchente de 2005, teve de mudar às pressas, porque o volume de água do rio alcançou sua casa rapidamente. "Nos 28 anos que moro aqui, a enchente de 2005 foi a que nos tirou de casa". Naquele ano, muitas famílias desalojadas foram levadas para o salão rural do Parque de Exposições.

 

Mesmo admitindo que a situação da manhã desta segunda não preocupa, ela afirmou que avisará imediatamente a Defesa Civil Municipal em caso de aumento repentino no volume das águas do rio Preto. Ela diz acreditar que tal situação possa ocorrer somente em caso de muita chuva e abertura das barragens.

 

E SE O RIO SAIR DA CALHA?

 

Em caso de enchente, a Prefeitura de Unaí possui um plano de emergência para remover as famílias e fazer o acolhimento. Se houver necessidade, várias secretarias municipais podem participar de um esforço de atendimento, principalmente a de Obras e Serviços Urbanos (caminhões e pessoal pra ajudar nas mudanças), de Serviços Rurais (caminhões e pessoal), de Desenvolvimento Social (para atendimento socioassistencial e psicológico de famílias desalojadas e desabrigadas), de Educação (para liberação de escolas para receber os desalojados/desabrigados), de Saúde (para atendimentos médico e de enfermagem).

 

O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar de Meio Ambiente, na emergência de enchentes, atuam nas operações de segurança pública e resgate de famílias e de animais. Um carro de som, acionado pela Prefeitura, também faz parte do plano para mobilizar os moradores em caso de necessidade.

 

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