Dengue: alto índice de infestação larvária na cidade obriga PMU a convocar força-tarefa

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- Resultado do LIRAa (Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti), realizado no final do mês de outubro em Unaí, aponta média de 4,7%, índice de infestação considerado alto pelo Ministério da Saúde. O MS preconiza situação de normalidade abaixo de 1%.


- Unaí é dividida em quatro estratos para inspeção dos agentes. O Estrato 2, onde está o Centro da cidade e bairros como Cachoeira, Politécnica, Barroca, Itapuã, Cruzeiro, Jacilândia, Capim Branco é o que registrou o maior índice de infestação larvária: 7%.


- Os números da infestação por larvas melhoraram em relação ao último LIRAa, feito em março deste ano, mas ainda são considerados muito altos. Essa gravidade não se reflete no número de pessoas infectadas em Unaí porque, segundo técnicos, os subtipos de vírus circulantes na cidade são os mesmos que infectaram boa parte da população em anos anteriores. Essa parcela desenvolveu imunidade a alguns subtipos, mas não a todos.


- A força-tarefa de combate ao mosquito visitará os imóveis da cidade do dia 16 de novembro ao dia 9 de dezembro. Cronograma será amplamente divulgado.


- Entre os criadouros de larvas, garrafa de cerveja pode se tornar vilão da temporada, em razão da grande quantidade "jogada" nas ruas e cantos da cidade.


O Levantamento de Índice Rápido do Aedes Aegypti (LIRAa) – que apontou alto risco de Unaí para dengue – foi realizado por agentes de Endemias da Prefeitura, entre os dias 18 e 27 de outubro. O levantamento foi feito com base em amostras recolhidas em 1.497 imóveis visitados em todas as regiões da cidade de Unaí, que foi dividida em quatro estratos. Um programa de computador do Ministério da Saúde determina os pontos a serem inspecionados pelos agentes.


O Estrato 2 (regiões do Centro, Cachoeira, Politécnica, Rio Preto, Itapuã, Capim Branco, Cruzeiro, Nossa Senhora do Carmo, Barroca e Vila do Sol) foi o que apontou o maior índice de infestação larvária: 7%. O índice de infestação preconizado como "aceitável" pelo Ministério da Saúde não deve ser superior a 1%.


Em segundo lugar entre os mais infestados de larvas, conforme resultado do LIRAa, está o Estrato 4 (regiões Amaral, Água Branca, Alvorada, Terra Nova, Industrial, Jardim Amaral, Curva do Rio, Mamoeiro e Santa Clara), com um índice de infestação de 5,2%.


São por esses dois estratos que a Prefeitura de Unaí começará as ações da força-tarefa. No total, os agentes percorrerão 13.575 casas espalhadas por 617 quarteirões de todos os bairros unaienses.


AGENTES VÃO ORIENTAR O MORADOR; AGENTES NÃO FARÃO LIMPEZA NAS CASAS


Os agentes da força-tarefa vão de casa em casa orientando os moradores sobre onde e como devem ser limpos os ambientes. "Convidamos a população a receber bem os agentes de endemias e a prestar bastante atenção em suas orientações, depois colocar em prática", ressalta o supervisor geral do Centro de Controle de Zoonoses de Unaí, Daniel Caetano dos Santos. "Se não houver empenho da população, fica difícil ter sucesso na ação", complementa.


De acordo com Daniel, o agente vai de casa em casa informando os moradores sobre os locais com potenciais riscos para desenvolvimento de larvas e criadouros do mosquito, os objetos que devem ser recolhidos por acumular água e se tornar potenciais criadouros, e como descartá-los corretamente. Um saco de lixo será entregue ao morador para o descarte.


Vasos de plantas, calhas, reservatórios de água, ralos, e também depósitos de água de algumas geladeiras e aparelhos de ar condicionado, estão entre os pontos da casa que requerem atenção especial dos moradores, quando se trata de combate ao mosquito. Para o supervisor do CCZ, todos os anos a população é orientada sobre como agir. "Já sabemos muito disso, né".


GARRAFA DE CERVEJA É O GRANDE VILÃO DA TEMPORADA


São variados os objetos que podem acumular água, se tornar um criadouro em potencial do mosquito da dengue, e que devem ser descartados corretamente. Lembramos que uma simples tampinha de garrafa, uma sacolinha plástica, um pedaço de papelão ou uma casa de ovo podem ser esse criadouro. "Por isso, precisamos redobrar a atenção e agir", alerta Daniel.


Ele acrescenta que os agentes têm observado grande parte de objetos sendo descartados especialmente em terrenos baldios. Um tem chamado atenção pela quantidade "fora do normal": garrafas de cerveja, principalmente as pequenas (long neck).


Pelo fato de não precisarem ser devolvidas e por não possuírem valor comercial "direto", as garrafas são "jogadas" em terrenos baldios, lotes vagos, ruas e cantos da cidade. Para Daniel, é preciso que a população saiba que o município já possui um local para entrega de todo tipo de vidro, e nesse caso particular, as garrafas.


O ecoponto funciona em galpão dos antigos armazéns da Casemg, na margem direita da BR-251 (sentido Canaã), antes do viaduto de acesso ao bairro. Para lá deveria seguir todo o vidro descartado incorretamente pela cidade. E os comerciantes são parte importante na ação, já que vendem as garrafas e deveriam pelo menos informar aos clientes onde descartar corretamente o vidro.


DENGUE CONTROLADA?


Segundo Daniel, não dá para afirmar que a dengue está controlada no município em razão da diminuição no número de casos de pessoas infectadas, nem que o mosquito transmissor tenha sido combatido, a ponto de desaparecer. Os resultados do LIRAa apontam para um risco.


O que pode ser observado, na opinião do supervisor de endemias, é que os subtipos do vírus da dengue circulantes em Unaí são os mesmos que já infectaram milhares de pessoas no município. Em surtos anteriores, unaienses foram infectados com pelos menos dois dos quatro subtipos existentes. Portanto, boa parte da população desenvolveu imunidade.


Mas tal situação não permite à população abaixar a guarda, conforme explica o supervisor do CCZ. "Se um subtipo do vírus que ainda não circulou for introduzido em Unaí, é possível que possamos ter uma nova epidemia de dengue". Por isso, segundo ele, poder público e população precisam estar engajados nas medidas de prevenção e nas ações de combate ao mosquito.


Não seria tão difícil assim, se consideradas a simplicidade das medidas preventivas: é manter os ambientes limpos e eliminar a água parada. "Mas o sucesso das ações só será alcançado se a população contribuir e colocar em prática as orientações dos agentes", Daniel adverte.


Mas, atenção: a obrigação de limpar os ambientes (interior das casas, quintais e terrenos) não é do agente de endemias, mas sim do morador.

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