Ginecologista da PMU conclama mulheres a estimularem outras para os exames preventivos de câncer

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Médica ginecologista do setor de Planejamento Familiar da Secretaria Municipal de Saúde, Renata Patrícia de Souza Oliveira diz ter fortes razões para acreditar que, em grande parte, são quase sempre as mesmas as mulheres que todos os anos fazem os exames de mamografia e o preventivo de colo do útero.

 

Ela pondera que uma grande parcela de outras mulheres está ficando de fora dos cuidados e da proteção oferecidos pelas políticas públicas de saúde. O desafio, em sua opinião, é a mensagem chegar até essas mulheres. Segundo ela, esse é um desafio global, não apenas do Brasil ou de Unaí.

 

A ginecologista atribui esse "vácuo" à desinformação (mesmo em plena era da informação, com os meios de comunicação existentes e disponíveis), e ao estilo de vida de algumas mulheres, que vivem para cuidar de filhos, de netos, dos maridos e deixam de cuidar de si próprias.

 

Algumas nunca fizeram exames preventivos, não procuram as unidades de saúde, situação que aumenta a probabilidade de descobrir alguma doença (como câncer de mama ou do colo de útero) que se agrava com o passar do tempo. Nunca é demais lembrar que casos de câncer diagnosticados em fases iniciais provocam menos sofrimento e oferecem mais chances de cura.

 

"Peço à população que ajude a divulgar que o SUS oferece exames preventivos gratuitos para as mulheres. Cada mulher que vem fazer o exame tem uma mãe, uma filha, uma tia, uma vizinha, uma amiga que podem ser estimuladas a também fazer os exames. Precisamos ampliar essa rede de comunicação", explica a ginecologista.

 

Não tem dor, nem choque na mama

 

Doutora Renata Patrícia lembra que o exame de mamografia está disponível para mulheres de 50 anos acima. "Tem mulher que pensa que durante o exame vai tomar um choque na mama, que vai desmaiar. Não tem nada disso. Não tem dor (se doer um pouco, é tolerável) e o exame é feito sob baixa radiação. Ninguém precisa temer por isso".

 

Com relação ao preventivo do colo de útero, a ginecologista explica que o exame é "obrigatório" para mulheres a partir dos 25 anos. "Há um outro mito de que esse exame é doloroso. Não é verdade. Mulheres que já fazem consultas ginecológicas regulares (necessárias depois da primeira relação sexual) fazem tranquilamente o preventivo do colo de útero".

 

Para Renata, é muito triste ver uma paciente com câncer do colo de útero, sabendo que um simples exame poderia ter evitado o agravamento da doença. "Poderia ter facilmente evitado com um preventivo feito um, dois anos antes".

 

Atenção para o estilo de vida

 

A ginecologista reputa o autocuidado – o cuidado consigo própria, com a própria saúde – como a mensagem mais importante do Outubro Rosa. Entre os cuidados, além dos exames preventivos (mamografia e citopatológico do colo de útero), ela assinala fatores de risco para os quais a mulher precisa ficar atenta.

 

"Alguns fatores são mutáveis, e a mulher pode mudar: eliminar o fumo e o excesso de bebida alcóolica, reduzir o índice de massa corpórea para evitar a obesidade, reduzir ao máximo o consumo de alimentos processados e industrializados, principalmente para as meninas no início da fase reprodutiva (entre 12 e 14 anos)", alerta doutora Renata Patrícia.

 

Ela observa, no entanto, que outros fatores imutáveis, como genética e hereditariedade, devem fazer com que a mulher fique atenta, mas que não dá para mudar na vida dela. "Sou filha de uma mulher com câncer de mama. Isso eu não consigo alterar. É preciso ter muita atenção para alguns sinais".

 

Ficar atenta significa observar o próprio corpo, procurar o ginecologista para consultas regulares ou mesmo quando perceber alterações no corpo. Nas faixas etárias preconizadas pelo Ministério da Saúde, fazer os exames: mamografia para mulheres acima dos 50 anos, preventivo de colo de útero para mulheres acima dos 25. A incidência desses cânceres é maior nessas faixas de idade.

 

Consultas ginecológicas obrigatórias depois da 1ª relação sexual

 

Antes de atingir a idade para os exames, porém, as mulheres podem fazer o autoexame das mamas, para observar alguma alteração (nódulos, vermelhidão, sangramento, descarga de líquido dos mamilos, mama maior que a outra).

 

"A orientação é a mulher apalpar as mamas durante o banho e com o corpo ensaboado. E isso deve ser feito depois do período menstrual", ensina Renata. Antes da menstruação, segundo ela, a mama fica muita cheia de glândulas, o que dificulta a observância de alterações.

 

As consultas ginecológicas, que toda mulher deveria fazer depois da primeira relação sexual, também costumam ser reveladoras da saúde íntima da mulher. Por isso, Renata faz um alerta: "a mulher começou a ter relações sexuais, aí é obrigatório a visita ao ginecologista".

 

Durante a consulta, haverá avaliação da mama e do órgão genital da paciente. "O exame físico é fundamental, a história da paciente é fundamental. Seguir uma sequência é fundamental".

 

A médica lembra ainda que o ginecologista conta com o colposcópio, aparelho com potentes lentes de aumento que permitem analisar o órgão sexual feminino (vulva, canal vaginal e colo do útero) de forma ampliada e detalhada.

 

Informações para exames

 

Mulheres com mais de 50 anos (para mamografia) e com mais de 25 anos (para preventivo do colo de útero) devem procurar a unidade básica de saúde, ou PSF, mais próximo e buscar orientações sobre a realização dos exames.

 

Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Saúde (rua Calixto Martins de Melo, 249, Centro) ou pelo telefone 3677-5049, ramal 216.

 

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