Setembro Amarelo em Unaí: serviço de saúde mental prepara campanha de prevenção ao suicídio

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O Centro de Atendimento Psicossocial (Caps) de Unaí, órgão de serviço de saúde mental ligado à Secretaria Municipal de Saúde, inicia uma campanha de visibilidade, de conscientização e de prevenção ao suicídio na próxima semana. As ações públicas do Setembro Amarelo em Unaí iniciam-se oficialmente na quarta-feira, 15 de setembro, com distribuição de panfletos na feira do Canabrava. A panfletagem também está prevista para as feiras do Divineia, Central Convento e Novo Horizonte. A equipe do Caps fará panfletagem ainda no calçadão do córrego Canabrava e finaliza a campanha com uma "caminhada pela vida", no dia 25/9, partindo da Praça JK (Prefeitura).

 

"Por ser período de pandemia, vamos fazer algo mais restrito, envolvendo menos pessoas. Vamos distribuir um material básico, com uma mensagem bem simples, mas com objetivo de despertar mais interesse da sociedade pelo tema", explica a coordenadora do Serviço de Saúde Mental do Caps, Karita Rosa de Oliveira. Nesta sexta-feira, 10 de setembro, o mundo celebra o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

 

Karita observa que o tema do suicídio é complexo e não deve ser tratado apenas pelo profissional de saúde, mas permear as famílias e toda a sociedade. As medidas de prevenção, da mesma forma devem ser difundidas, porque não envolvem apenas ações de saúde, mas demanda outras ações de toda uma rede de proteção.

 

"A campanha do Setembro Amarelo (que teve início no Brasil em 2015) têm surtido efeito", assinala a coordenadora do Caps, acrescentando que as pessoas estão pensando mais sobre o tema. "A ideia da campanha é essa, forçar uma reflexão. Se falamos em prevenção, é porque tem como prevenir".

 

Apesar de admitir que os casos são bastante variados, Karita aponta algumas características estudadas na maioria dos indivíduos que tenta ou comete o suicídio: deprimidos em sua maioria, mais comum entre idosos e adolescentes, na maioria do sexo masculino, mora sozinho ou não tem família ou a família é desestruturada, usuário de álcool e drogas. A maioria desenvolveu alguma forma de transtorno mental e precisa de atendimento especializado.

 

BUSCAR AJUDA

 

Ao deparar com uma pessoa com ideação suicida (motivada por uma desilusão, uma desesperança, uma depressão ou outros transtornos mentais), a primeira coisa a se fazer, segundo Karita, é oferecer uma escuta livre de preconceito, no sentido de querer entender mesmo a pessoa que se queixa, que está sofrendo, que está alimentando aquele tipo de pensamento extremo. "A pessoa que escuta o indivíduo com ideação suicida deve se mostrar disponível a todo momento".

 

Como a ideação suicida está muito associada à doença mental, a vítima precisa de um diagnóstico, de uma ajuda profissional especializada e de reforço da proteção familiar. "Na maioria dos casos, o profissional de saúde mental vai oferecer uma escuta sensível e identificar o grau de intencionalidade, o grau de risco daquele indivíduo", ensina Karita.

 

CAPS UNAÍ E A SAÚDE MENTAL

 

Pessoas com doença mental chegam ao Caps encaminhadas por outros serviços de saúde ou por demanda espontânea. Em boa parte dos casos, esse paciente em potencial chega queixando-se de uma ideação suicida muito recorrente. Alguns até já tentaram o suicídio, mas não concretizaram. "Às vezes é a principal queixa. Atendemos normalmente pessoas com alta intencionalidade", revela.

 

Essa pessoa que chega ao Caps é acolhida e inserida no serviço de atendimento. Hoje o Caps acompanha cerca de 900 pacientes regulares, portadores de doença mental grave e persistente. "A doença mental é uma doença crônica, como o diabetes, por exemplo. Precisa de acompanhamento regular", explica Karita. No local, o sofrimento do paciente é remediado com medicamentos psicofármacos e intervenções terapêuticas.

 

Para oferecer um atendimento de qualidade, o Caps conta com equipe multidisciplinar, composta por médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, terapeuta ocupacional, enfermeiro, técnicos de enfermagem e instrutor de artesanato. Mas nem toda doença mental é tratada pelo Caps, somente as graves e persistentes. Somente um profissional especializado pode fazer esse diagnóstico.

 

O Caps Unaí funciona na rua Jaçanã, 328, bairro Divineia. O telefone é o 3677-2741.

 

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