Tratamentos de dentes em pessoas com necessidades especiais são feitos no Hospital Municipal

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Antes, crianças e adolescentes autistas ou com outros tipos de transtorno, síndrome ou deficiência, pessoas acamadas, jovens e adultos com necessidades especiais específicas em Unaí precisavam percorrer um caminho “longo e difícil” até Patos de Minas (referência no atendimento), para realizarem procedimentos odontológicos. Nos últimos dois anos, a Secretaria de Saúde de Unaí (Sesau) – por meio do setor de Saúde Bucal – vem ofertando o atendimento especializado no Hospital Municipal Dr. Joaquim Brochado (HMU).


“Nossos pacientes portadores de necessidades especiais não precisam mais viajar até Patos de Minas para um tratamento odontológico básico”, afirma a coordenadora de Saúde Bucal da Sesau, Rejane Borges. Ela explica que as viagens a Patos (ida e volta) eram motivo de transtorno e estresse para pacientes com necessidades específicas e, com efeito, para seus familiares.


“O problema eram as etapas que o paciente precisava superar até chegar a hora do procedimento: em sua condição especial, precisava fazer avaliação com equipe, retornava para fazer os exames de risco cirúrgico; Aí, Patos mandava a data de retorno para mostrar os exames; daí mais uns três ou quatro meses marcava o retorno para o procedimento. Nisso, se passava quase um ano”, observa Rejane. “E aí o paciente poderia ter agravado um abscesso na boca ou ter as dores de dente aumentadas”.

Além da demora nas etapas até o procedimento, a coordenadora chama a atenção para uma viagem desgastante – cerca de 800 km ida e volta (Unaí-Patos-Unaí) – que o paciente e familiares precisavam fazer. “Muitos iam numa van da prefeitura, levantavam às 3h da madrugada, tinham de ir com outros pacientes (para as mais variadas consultas), era uma viagem estressante (bate e volta). Os familiares nos relatavam. Isso nos sensibilizou e nos fez agilizar uma alternativa”, conta Rejane.


UM CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO DENTRO DO CENTRO CIRÚRGICO DO HMU

Um processo que demorava quase um ano em Patos de Minas, hoje leva uma média de 60 a 70 dias em Unaí. E esse intervalo porque o centro cirúrgico do HMU está sempre ocupado por variadas cirurgias, quantitativo que aumentou, e muito, nos últimos anos.

Nesse caso, para utilização do bloco, é preciso compatibilizar as cirurgias hospitalares com os procedimentos odontológicos especiais realizados também no bloco cirúrgico. Cumpre lembrar, no entanto, que o Centro Especializado em Odontologia (CEO) de Patos de Minas continua sendo referência para a região em atendimentos mais complexos.


Para tratar os dentes (extrações e restaurações, raspagens, limpezas e outros procedimentos de atenção primária), pacientes com algumas necessidades especiais específicas impõem resistência, não aceitam o tratamento.

“É um atendimento mais melindroso. Aí, precisamos entrar com sedação, anestesia geral mesmo, como se fosse uma cirurgia convencional. É necessário fazer [os exames] o risco cirúrgico dos pacientes, e o procedimento dentário realizado num ambiente hospitalar, para resguardar a segurança dos pacientes, que normalmente fazem uso de medicações”, explica a coordenadora, celebrando o fato de nunca ter havido uma intercorrência (ocorrência de evento inesperado) durante esses procedimentos odontológicos realizados no HMU.

Apesar de a Secretaria de Saúde colocar esse serviço à disposição do público com necessidades especiais, Rejane Borges afirma que orienta os profissionais a esgotarem todas as possibilidades na tentativa de realizarem os procedimentos no consultório convencional.

No caso, por exemplo, de autistas, algumas crianças e jovens com transtornos mais leves são atendidos nos consultórios convencionais em unidades de saúde de Unaí. O atendimento odontológico hospitalar é indicado para pacientes com transtornos mais severos, que resistem ao tratamento normal.

No bloco cirúrgico, uma equipe “especializada e humanizada”, com cirurgião-dentista, médico (inclusive anestesista) e enfermeiros oferece o suporte necessário para o procedimento. Mas, em função da capacidade instalada do HMU, esse tipo de atendimento odontológico hospitalar está restrito a pacientes de Unaí. Para atender outros municípios da região, Patos de Minas continua sendo a referência.

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