Dengue em Unaí preocupa autoridades e técnicos: 6 pacientes já foram internados em UTI do HMU somente neste mês

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O que está mais incomodando são os casos clínicos de alguns pacientes, que este ano estão manifestando sintomas clínicos mais agravados da dengue. Os sintomas estão evoluindo para o quadro de dengue hemorrágica, e alguns pacientes demandando até Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Municipal. Seis unaienses foram internados nas últimas semanas, porém quatro haviam tido alta hospitalar até a tarde dessa quarta (17/1). Dois permaneciam em leitos de UTI. Não há óbitos registrados.

A suposição das autoridades e técnicos de saúde é de que o sorotipo 3 do vírus (que foi detectado na cidade de Montes Claros no fim do ano passado) possa estar circulando em Unaí, situação que pode se agravar até para surtos ou epidemias, já que os tipos 1 e 2 do vírus são os mais comuns e contra os quais a maior parte da população unaiense já desenvolveu resistência imunológica.

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) aguarda a chegada de resultados de exames encaminhados para BH, a fim de saber qual o sorotipo está circulando em Unaí.
No ano passado, nesse mesmo período de janeiro, Unaí registrava 90 casos positivos de dengue. No mesmo período deste ano, são 47 registrados nas duas primeiras semanas de janeiro.

“Entendemos que as chuvas estão atrasadas. De agora pra frente, se chover, pode haver aumento nos casos. Baseamos nossa opinião no levantamento de larvas (LIRAa) feito em Unaí no mês de novembro”, afirmou a coordenadora de Epidemiologia da Sesau, Maria Suete.

Para avaliar essa situação e discutir as estratégias “imediatas” de ação para prevenção e combate à dengue em Unaí, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) promoveu a 1ª Reunião do Comitê de Arboviroses (dengue, chikungunya e Zika) de 2024.

Além dos membros do comitê, a Sesau convidou alguns integrantes do primeiro escalão da Administração Municipal para participar, somar esforços em operações de força-tarefa e ajudar nas ações de prevenção e combate à dengue. Por fim, variados setores da Prefeitura (que podem atuar direta ou indiretamente) estiveram representados na reunião.

LIRAa DE NOVEMBRO APONTOU ALTO RISCO EM UNAÍ

O Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (LIRAa), feito pela Sesau em novembro apontou um alto risco de proliferação do mosquito em Unaí (pela quantidade de larvas encontradas nos domicílios) e, consequentemente, para o risco de aumento nos casos de transmissão da dengue.

O índice apontou uma média de 8,3 para os quatro estratos(conjunto de bairros) que compõem a cidade. O índice aceitável preconizado pelo Ministério da Saúde deve estar abaixo de 1%.

Cenários de chuva e sol (estamos ainda no período chuvoso) podem ser um aliado para a proliferação dos mosquitos transmissores, que só precisam achar água parada e uma situação favorável para começarem a agir.

O comitê unaiense já tem pronto seu plano de contingência para o enfrentamento de arboviroses. Apontou situação de emergência e indicou que ações preventivas precisam ser alinhadas. O desafio agora é preparar todos os setores da Prefeitura para agir.

FORÇA-TAREFA COMEÇARÁ A AGIR

A ideia é colocar em ação uma força-tarefa de prevenção e combate à dengue já a partir de 29 de janeiro, para agir em toda a cidade, especialmente nos bairros onde o LIRAa apontou mais alto risco.

Antes, porém, um novo LIRAa será realizado (a partir do dia 25/1) coletando amostras nos quatro estratos (conjunto de bairros em que a cidade é dividida), para atualizar as informações sobre infestação larvária.

Com base nos resultados, ações de esforço concentrado serão focadas mais numa ou noutra região. Mas todas serão visitadas pelos agentes e operadores. E os variados setores da PMU (em operação conjunta de responsabilidade compartilhada) estarão comprometidos com a operação. Claro, que tudo sob o comando da Sesau.

Ações educativas nas escolas serão retomadas com o início das aulas. O comitê também quer contar com o apoio de igrejas e associações de bairros para conscientizar o maior número possível de pessoas. Ações e estratégias de comunicação social também estão sendo desencadeadas pela Prefeitura. Outras, mais atualizadas, serão planejadas para divulgação imediata.

POPULAÇÃO PRECISA CONTRIBUIR

Todas as ações precisarão do apoio e contribuição dos unaienses, visto que 90% dos focos estão nas casas. Cada morador já pode olhar em derredor (principalmente nos quintais e garagens), dentro de suas casas, e cada trabalhador (oficinas, postos de combustíveis, borracharias, etc) igualmente, a fim de eliminar a água parada e retirar objetos que possam se tornar criadouro do mosquito.

Vasos e pratinhos de plantas, pneus velhos, calhas e telhados, ralinhos de banheiro e cozinha, garrafas e copos vazios, depósitos de água (atrás de geladeiras) e escoadouro de água de ar-condicionado também precisam ser verificados frequentemente. Caixa d'água sem tampa, nem pensar.

O lixo (ou material reciclável) também deve ser bem acondicionado e colocado para fora de casa somente alguns minutos antes da passagem do caminhão coletor, para evitar que animais rasguem os sacos e espalhem objetos e materiais para todos os lados.

Para evitar o pior, é bom ter sempre em mente: uma simples tampinha de garrafa ou um pedaço de casca de ovo, com água, já são o bastante para o mosquito colocar seus ovos. Mais ainda, nunca se esquecer: a dengue é uma doença grave e pode matar.

 

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