Dengue: ainda é alta a infestação de larvas do mosquito em Unaí

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Saiu o resultado do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti  feito em Unaí na primeira semana de abril. O LIRAa aponta que os indicadores de infestação larvária continuam bastante altos na cidade. O levantamento foi realizado, por amostragem, em 1.354 domicílios de todos os bairros, divididos por quatro extratos. As larvas do mosquito da dengue foram encontradas principalmente dentro das casas, com destaque para os vasos e pratinhos de plantas. Foram encontradas ainda em garrafas péti, latas e sucatas de ferro velho. Calhas e telhados também são pontos que merecem atenção dos moradores.

 

O índice de infestação larvária aceitável não deve passar de 1%. Todos os extratos (conjunto de bairros unaienses) ultrapassaram esse índice. A maior quantidade de infestação larvária (6,4%) foi encontrada no extrato 1, que compreende os bairros Park Canabrava, Primavera, Primavera 5, Primavera 6, Vale Verde, Canabrava, Novo Jardim, Nossa Senhora Aparecida, Dom Bosco, Floresta, Serenata, Sagarana, Santa Luzia, Vila São Sebastião, Jardim, Nova Divineia, Bela Vista, Divineia, Vila Militar, Águas Claras.

 

A situação não foi tão melhor no extrato 2 (Politécnica, Cachoeira, Loteamento Rio Preto, Itapuã, Capim Branco, Jacilândia, Centro, Nossa senhora do Carmo, Cruzeiro, Barroca, Capim Branco 2, Vila do Sol e Capim Branco 3. O índice chegou a 4,5%.

 

No extrato 4 (Amaral, Água Branca, Água Branca 2, Alvorada, Industrial, Terra Nova, Mamoeiro, Santa Clara), o índice bateu nos 4,3%.

 

O menor índice de infestação larvária (2,9%) foi encontrado nos bairros De Lourdes, Canaã, Novo Horizonte, Sagrada Família, Iuna, Cidade Nova, Kamayurá, Riviera Park, Vale do Amanhecer. Houve redução significativa neste extrato em relação ao LIRAa de janeiro, quando chegou a bater nos 10%.

 

Problema dentro das casas

 

O setor de Epidemiologia interpreta os números como "expressivos e graves", especialmente após a realização da força-tarefa de limpeza da cidade. "De setembro para cá, fizemos duas grandes ações de limpeza. Percorremos domicílio por domicílio. E o problema continua dentro das residências", lamenta a coordenadora de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Adriane Araújo.

 

Entre 5 e 20 de março, o município envolveu mais de 70 servidores (diariamente) em ações de limpeza dos domicílios em todos os bairros da cidade. A situação só não está pior, porque a Prefeitura deu uma geral em lotes vagos, terrenos baldios e espaços públicos.

 

Nos 15 dias de operação, patrolas, retroescavadeiras, carregadeiras, caminhões estiveram à disposição da força-tarefa de limpeza e combate à dengue, parando outros serviços de rotina. A estimativa de gastos com a operação giraram em torno de R$ 206 mil. Para a limpeza, o município recolheu 8.828 toneladas de lixo, que encheram 673 caminhões. Para acondicionar todo o material recolhido, foram gastos 15.540 sacos (grandes) de lixo.

 

Mesmo com quadro grave de infestação larvária e grande quantidade de mosquitos transmissores voando pela cidade, Unaí registrou apenas 11 casos de dengue este ano. Segundo a coordenadora, isso se explica pelo fato de os vírus tipo 3 e 4 da doença ainda não estarem circulando na cidade. "Parte expressiva da população de Unaí já teve dengue dos tipos 1 e 2. E essa maioria está imune. Se os tipos 3 e 4 forem introduzidos, há risco de novo surto", previu.

 

Adriane diz que as orientações são as mesmas, não há nenhuma novidade na prevenção e combate ao mosquito: "é só não deixar água parada. Eliminar criadouros do mosquito, não deixar ele nascer. Todo mundo já sabe". E o problema maior, ela critica, está dentro das casas. "Falta consciência e, limpeza".

 

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