Boas práticas no serviço público – Horta didático-pedagógica

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Uma área antes "esquecida", no fundo do terreno da Creche Branca de Neve, no bairro Mamoeiro, é um exemplo clássico de aproveitamento e transformação do espaço, com consciência. Onde, há cerca de quatro meses, só existia mato, a diretora e a supervisora da creche instalaram uma horta modelo, com cultivo de frutas, legumes e verduras. Plantar, cuidar, colher. Essas três palavras são a força motriz que motivaram as educadoras a tocar o projeto de horticultura e mexer com a ciência e a consciência das crianças.

 

Com isso, as 153 crianças de 3 a 6 anos de idade atendidas pela creche aprendem desde muito cedo a importância do plantio, do cultivo e da colheita. E o que é melhor: começam a entender que não há necessidade de grandes extensões de terra para se plantar uma horta de produtos orgânicos. Associado a isso, tomam consciência sobre o valor nutritivo de cada vegetal cultivado dentro da própria creche. Elas participam das etapas de produção das hortaliças, do plantio à colheita. O resultado é o cunho pedagógico do projeto.

 

Mas nada disso seria possível ou teria ocorrido, não fossem a vontade e o envolvimento da diretora da Creche Branca de Neve, Rosimeire da Silva Couto, e da supervisora Orvila Pacheco Martins de Sá. Alguns meses atrás, o local era um terreno cheio de mato e improdutivo. Foram elas que correram atrás dos recursos para viabilizar a horta e elas próprias puseram – e põem – as mãos à obra para manter o projeto em pé.

 

"Nós calçamos as botinas e nós mesmas cuidamos da horta. Toda sexta é dia de capina", contam, orgulhosas. Mas, para chegar até o ponto em que se encontra, de plantio diversificado e manutenção da horta, parcerias foram importantes para o impulso inicial. O policial Braytner, da Polícia Militar de Meio Ambiente, idealizou o projeto durante um estágio escolar e apresentou à creche. A Prefeitura limpou o terreno. O Centro Socioeducativo "montou" os canteiros, e o vereador Eugênio Ferreira doou as mangueiras para irrigação.

 

As educadoras, ora compram, ora recebem doações de sementes, e absorvem conhecimentos agrários com os maridos, parentes e amigos. Com a ajuda de uns, doações de outros, apoio moral de outros tantos, elas seguem cuidando da horta como parte dos afazeres do cotidiano da creche.


As soluções criativas também surgem em resposta à falta de assistência de técnicos. Um dos exemplos de alternativas adotadas se destaca na paisagem: CDs pendurados por fios sobre os canteiros. Os CDs refletem a luz e protegem a horta do ataque faminto das aves. O modelo da "engenhoca" foi copiado da sogra da diretora Rosimeire. Tem funcionado.

 

Mais hortas

 

A despeito das dificuldades extras para manter o cultivo das hortaliças, Rosimeireire e Orvila gostaram tanto dos resultados, inclusive do entusiasmo das crianças, que querem fazer mais canteiros. "O grande objetivo não é plantar para alimentar as crianças atendidas pela creche. Mas é criar nelas o sentido e a consciência de que é possível produzir em espaços disponíveis e com sustentabilidade socioambiental", explicam.

 

O secretário municipal de Educação, Geraldo Magela da Cruz, entusiasmou-se pelo projeto "logo de cara" e já se considera um incentivador da horticultura em outras unidades escolares da rede municipal de ensino.

 

"À escola que demonstrar interesse e apresentar suas demandas para criar hortas, vamos providenciar a ajuda necessária. A Secretaria de Educação é parceira de primeira hora para apoiar a iniciativa", salientou.

 

A horta da Creche Branca de Neve serve tranquilamente como modelo inspirador para as outras unidades municipais. Afinal, já adquiriu expertise que pode ser passada para os outros. Alface, couve, rabanete, repolho, pepino, couve-flor, cebolinha, tomate, abóbora, cenoura, mandioca, jiló, batata-doce, brócolis, agrião, rúcula, beterraba, melancia e melão são algumas das hortaliças cultivadas no local. Algumas, inclusive, já sendo colhidas.

 

A horta, mantida por educadoras, é um exemplo de boas práticas no serviço público prontinho para ser servido.

 

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Onde havia um terreno cheio de mato, a creche ganhou uma horta produtiva

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A horta é fruto do esforço e envolvimento da diretora Rosimeire e da supervisora Orvila que,
para manter o projeto de horticultura, colocam os pés na botina e as mãos na terra


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O terreno era puro mato, mas foi limpo por máquinas da Prefeitura

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Em visita ao local, o secretário Geraldo Magela disse que a intenção da Semed é incentivar a
adoção do projeto de horticultura nas unidades escolares da rede municipal


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Os canteiros foram "montados" por pessoas ligadas ao Centro Socioeducativo, e as mangueiras
para irrigação foram conseguidas com o vereador Eugênio Ferreira

 

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