1º Seminário de Comunicação Alternativa: “Sentir para compreender”

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Propor uma reflexão sobre as diversas formas de se comunicar e as melhores maneiras de lidar com pessoas que possuem "limitações" de comunicação (como portadoras de gagueira, de surdez e cegueira), eliminando preconceitos e construindo pontes para uma Unaí mais inclusiva e com oportunidades para todos. Foi esse o objetivo central do 1º Seminário de Comunicação Alternativa, realizado pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) nessa terça-feira, 28 de maio. O evento ocorreu no plenário da Câmara Municipal e mobilizou principalmente profissionais da educação, mas também profissionais da Apae, fonoaudiólogos, presidentes de conselhos municipais e familiares de pessoas com gagueira, surdez e cegueira.

 

Quatro palestras conduziram o evento, duas pela manhã e duas à tarde. Na primeira palestra, a analista educacional da Superintendência Regional de Ensino (SRE Unaí) Raquel Luiz Brandão discorreu sobre a implantação da política de educação inclusiva para alunos com deficiência. Na segunda palestra, o professor da UFVJM Nerisvaldo Araújo, especialista em Língua Brasileira de Sinais (Libras) falou sobre o tema "mãos que falam, a inclusão dos surdos na sociedade".

 

A terceira palestra ficou por conta do fonaudiólogo Dênis Batista, que veio de Salvador (BA) exclusivamente para o seminário. Articulador do departamento de voz da Sociedade Brasileira de Fonaudiologia, o pesquisador (também ele gago) falou sobre "Autopercepção dos impactos da gagueira". E, na quarta pelestra, o psicólogo William Garcia (cego) abordou as dificuldades e as soluções alternativas no cotidiano das pessoas com deficiência visual.

 

Depois de cada palestra, o espaço foi aberto para perguntas e respostas. E todas as etapas do seminário, desde a primeira menção do mestre de cerimônias, passando pelos pronunciamentos oficiais de abertura, até a última palavra de agradecimento proferida pelo coordenador-geral, tudo foi "traduzido" para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Professores tradutores e intérpretes de Libras se revezaram durante todo o evento.

 

Abertura oficial

 

A abertura do seminário contou com a presença do prefeito José Gomes Branquinho, que louvou a realização e lembrou que o evento possuía um valor especial para ele, que também é vítima da gagueira. "Já fui muito mais gago quando era menino, tinha muita dificuldade principalmente nas palavras que começavam com erre", afirmou. De acordo com o prefeito, a iniciativa do seminário ganhou um impulso extra depois da conversa que teve com o coordenador-geral do seminário, Fábio de Freitas Aguiar (servidor da Semed), que idealizou o evento inspirado pela sua própria gagueira e pelas dificuldades que observa (ao longo dos anos) na comunicação com os outros.

 

Em pronunciamento, Branquinho ressaltou que é preciso respeitar as limitações das pessoas, respeitar as diferenças. "Até porque todos os seres humanos possuem deficiências ou limitações, portanto precisamos respeitar quem está ao nosso lado". Com base no respeito aos outros, Branquinho afirmou que precisou "caminhar muito", para compreender em profundidade que o mais importante (na administração pública) é "cuidar das pessoas". Segundo ele, obras e serviços públicos só são executados, só fazem sentido, se resultarem na melhoria da qualidade de vida das pessoas. "Mesmo com a Prefeitura sacrificada pela crise por que passa o Estado de Minas e o país, vamos fazer o que tem de ser feito. Se não tem dinheiro para fazer a obra milionária, vamos garantir os serviços necessários, vamos cuidar da cidade. Cuidando da cidade, cuidamos das pessoas".

 

Também em pronunciamento, o secretário municipal Geraldo Magela da Cruz (Educação) reconheceu o seminário como importante instrumento para refletir sobre a inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. "Nós temos leis, mas lamentavelmente ainda temos barreiras sociais, humanas, psicológicas, físicas que nos impedem de fazer a inclusão plena". Ao lembrar, emocionado, que possui um irmão surdo, o secretário salientou que o irmão conseguiu ser bem sucedido na vida, "Porque era muito inteligente", mas foi vítima de preconceito e incompreensão social pela dificuldade em se comunicar.

 

Geraldo citou o caso do próprio Fábio (coordenador-geral do seminário) para corroborar sua afirmação de que todos podem ser produtivos, independentemente de suas limitações. "O Fábio é um excelente servidor na Semed", disse o secretário. Além de servidor municipal efetivo há 15 anos, Fábio de Freitas Aguiar possui graduação em dois cursos superiores (Sistema de Informação e Filosofia) e pós-graduação em Metodologia de Ensino de Filosofia e Sociologia. A gagueira, que acompanha Fábio desde sempre, não impede que ele se comunique com facilidade e que mantenha canais de comunicação na internet: ele criou e alimenta o blog Gaguices do Fafábio e o site gaguicesdofafabio.com, além de vídeos postados no youtube.

 

Outros exemplos de pessoas que superaram suas limitações e estavam presentes ao seminário: o advogado e contador Luiz Fernando Barreto (portador de gagueira), presidente da Associação Brasileira de Gagueira (Abra Gagueira); Fonoaudiólogo Dênis Batista (portador de gagueira), formado em canto com ênfase em técnica vocal, articulador do departamento de voz da Sociedade Brasileira de Fonaudiologia e pesquisador científico dos distúrbios da comunicação. E ainda William Garcia (portador de cegueira), psicólogo clínico com especialização em psicopatologia dinâmica, servidor concursado do INSS (Unaí), músico e palestrante.

 

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Auditório da Câmara Municipal ficou lotado 

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Prefeito Branquinho: "O mais importante na gestão pública devem ser as pessoas, tudo o
mais só faz sentido se for feito para melhorar a qualidade de vida das pessoas"


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Para o secretário Geraldo Magela (Educação), há leis de inclusão, mas também existem
barreiras sociais, humanas, psicológicas e físicas que ainda impedem a inclusão plena 


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Coordenador-geral do seminário, Fábio de Freitas chamou a atenção de pais, mães,
professores e monitores para sentirem as limitações de pessoas com gagueira, surdez
e cegueira e compreender as dificuldades pelas quais passam para, assim, buscar um
facilitador para a comunicação


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Todo o seminário contou com a intervenção de professores que utilizam a Linguagem de
Sinais (Libras) para comunicação plena com pessoas surdas



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"Precisamos enxergar no outro o mesmo ser humano que nós somos. Temos de fazer
diferença na vida dos outros", salientou a presidente do Conselho Municipal de Educação,
professora Sônia Lara, durante a abertura oficial do seminário



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Analista educacional da Superintendência Regional de Ensino, Raquel Luiz Brandão fez
palestra sobre educação especial (inclusiva)


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Tradutor e intérprete de Libras da UFVJM, professor Nerisvaldo Araújo abordou o tema da
inclusão dos surdos na sociedade



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O fonoaudiólogo Dênis Batista veio de Salvador (BA) para contar sua experiência como
pesquisador, profissional e portador de gagueira


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O psicólogo William Garcia contou sua experiência de vida e deu dicas de como deve ser
a comunicação com o cego; ao lado, professor Nerisvaldo traduziu tudo para os surdos



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O seminário também contou com a presença do presidente da Associação Brasileira de
Gagueira (Abra Gagueira), Luiz Fernando de Souza Barreto, que veio do Estado do Rio
só para o evento







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