Os bairros Novo Horizonte/Canaã/Iuna começaram a manhã de sábado, 25/6, de maneira um tanto diferente: com uma grande movimentação da comunidade escolar (pais, alunos e professores), com destaque para os estudantes, portando faixas e cartazes pelas ruas.

O objetivo foi mostrar o nível de conscientização dos escolares sobre o tema, chamar a atenção da população local para a necessidade de erradicar o trabalho infantil no município e orientar sobre em que situação o adolescente a partir dos 14 anos pode trabalhar, como aprendiz.

A mobilização faz parte da culminância do projeto Ministério Público do Trabalho na Escola, que vem sendo desenvolvido em escolas municipais de Unaí desde abril. Diretores, professores, supervisores escolares e especialistas educacionais foram capacitados em fevereiro, a fim de desenvolver o projeto na escola e multiplicar para seu entorno.

Para Joselice Rodrigues Soares, diretora da Escola Israel Pinheiro, o MPT na Escola está sendo importante para conscientizar a comunidade escolar sobre os malefícios que o trabalho infantil provoca nas crianças em idade escolar, já que rouba a infância (com repercussão nos momentos de estudo, descanso, diversão e lazer) e pode até provocar a evasão escolar.

Assegurar o direito de crianças e adolescentes a uma infância sadia, segundo a diretora, vai resultar em adultos mais conscientes de seu papel na sociedade, no reconhecimento da relevância da escola na formação infantojuvenil (para a vida e para o trabalho) e no exercício da cidadania.

MPT NA ESCOLA

O principal objetivo do projeto é promover, no ambiente escolar, debates sobre o tema "trabalho infantil (causas, consequências, malefícios)" e a necessidade de se prevenir e combater essa grave forma de violação de direitos de crianças e adolescentes.

Dessa forma, depois de palestras e exposições feitas por uma especialista e desdobramento do tema nas escolas, a erradicação do trabalho infantil (abordagem para alunos de 4º e 5º anos) e a proteção do trabalho adolescente (explanação para alunos de 6º e 7º ano) servirão como matéria-prima para os estudantes se expressarem em sala de aula, por meio do conto, da poesia, da música e do desenho.

O município vai selecionar as melhores produções estudantis, que serão inscritas em nível estadual. Mas, antes, haverá a primeira seletiva na própria escola para a escolha dos melhores trabalhos. Uma última seletiva será promovida na Secretaria Municipal de Educação, onde uma comissão formada vai indicar somente o "campeão unaiense" de cada categoria (conto, poesia, música e desenho), para representar o município na disputa estadual. Todos os alunos das escolas participantes podem concorrer.

OS SELECIONADOS DA ISRAEL PINHEIRO

Ana Júlia Araújo Barros, aluna do 5º ano, teve sua música selecionada. E Nícollas Gabriel Souza Leite, aluno do 6º ano, teve seu desenho escolhido pela comissão da Escola Israel Pinheiro.