As alunas Isabella França Fernandes Nunes e Emilly Aparecida Baeca Correia receberam um importante impulso em seu processo de aprendizagem: máquinas de escrever em braile. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) adquiriu quatro desses equipamentos, podendo beneficiar outros alunos com deficiência visual que necessitem. Uma equipe da Semed (à frente o secretário Geraldo Magela da Cruz) esteve nessa terça-feira (21/6) na Escola Municipal Professora Glória Moreira, no bairro Canabrava, para entregar o primeiro equipamento à aluna Isabella (fotos abaixo).

Isabella cursa o 2º ano do ensino fundamental na Escola Municipal Glória Moreira, e Emilly é aluna do 9º ano na Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima (distrito de Ruralminas). Emilly utilizava havia alguns anos uma máquina de braile também ofertada pelo município, mas já defasada.
Isabella e Emilly integram um corpo de alunos com algum tipo de deficiência (visual, auditiva, com transtorno do espectro autista/deficiência intelectual/ dificuldade de aprendizagem ou portadores de superdotação/altas habilidades) - com atendimento especializado oferecido pela rede municipal de ensino.

"Ao apresentar o plano de governo, o prefeito pediu que fosse inserido no processo o atendimento educacional especializado. Uma educação inclusiva. O município tem um plano de carreiras para a educação, mas lá não especificava isso", explica o secretário municipal de Educação, professor Geraldo Magela da Cruz.

QUE É ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO?

É a oferta de professor de braile para os alunos cegos; de professor de Libras para os alunos surdos; de professor de apoio para alunos autistas, superdotados ou com baixa capacidade de aprendizagem. E esses alunos e seus respectivos professores de apoio devidamente inseridos nas salas de aula regulares, juntamente com todos os outros alunos, para a inclusão total no espaço educacional.

AEE requer também a estruturação de salas de recursos multifuncionais nas escolas municipais, para prestação de serviço de forma complementar, ou suplementar, como apoio auxiliar na formação educacional dos alunos com atendimento especializado matriculados em salas comuns da rede regular de ensino.

"Num dado momento, os alunos seguem para essas salas específicas para terem aulas complementares", explica o professor Geraldo. "Hoje, os alunos com atendimento educacional especializado estão totalmente inseridos nas turmas", complementa. Anos atrás, muitos desses meninos e meninas seriam alunos exclusivos da Apae.

"Está havendo uma interação espetacular nas salas de aula comuns", comemora o secretário. "Não tem justificativa uma aluna cega estudar somente na Apae. Ela pode frequentar uma sala de aula convencional, participar de todas as atividades".

O AEE foi implantado gradativamente nas escolas municipais de Unaí e, segundo o professor Geraldo, tem funcionado bem. "Foi tudo estudado, planejado, projetado. Fizemos com critério, fomos aprendendo e buscando reduzir ao máximo o quantitativo de erros". Com o AEE implantado, garante o secretário, a Educação Municipal tem hoje como suprir a demanda por esse atendimento especializado.

PROJETO QUE REGULAMENTA O AEE ESTÁ NA CÂMARA MUNICIPAL

Hoje, os professores de apoio (99 professores + 2 de braile + 1 de Libras) que atuam no Atendimento Educacional Especializado foram contratados pela Prefeitura, mas não ocupam cargo efetivo, ou seja, não foram aprovados em concurso público.

A Administração Municipal busca regularizar e regulamentar a situação, transformando em lei o projeto que altera o Plano Municipal de Carreiras do Magistério, cria os cargos de AEE e institui uma equipe multidisciplinar na rede municipal de ensino, que deve ser formada por psicólogo educacional, assistente social educacional, terapeuta ocupacional educacional e psicopedagogo.
O projeto de lei foi encaminhado à Câmara Municipal em maio.