O prefeito José Gomes Branquinho cumpriu agenda em Brasília na tarde dessa terça-feira (21/3). Foi ao Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal (GDF), em atendimento a um chamado do governador Ibaneis Rocha. O GDF recebeu os prefeitos da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride).

Durante a reunião, o eixo dos debates girou em torno de temas como pactuação e integração da saúde do DF com os municípios do entorno, além de transporte público e infraestrutura viária para melhorar os acessos e o trânsito nos municípios da região integrada.

A Ride é formada por mais de 30 municípios de Goiás, de Minas Gerais (Unaí, Arinos, Buritis e Cabeceira Grande) e regiões administrativas do Distrito Federal.

UNAÍ E A SAÚDE

A pactuação do GDF com Unaí na área da saúde será uma conquista particularmente importante para a saúde pública unaiense, já que haverá maior integração, especialmente para o atendimento hospitalar e para a construção de consensos e de alternativas para a saúde regionalizada.

“É uma pactuação de suma importância para todos nós. Esse é o caminho correto. Vou delegar poderes à Celina (Celina Leão, vice-governadora do DF, também presente à reunião), para cuidar da questão da pactuação. Por intermédio da vice-governadora, vamos chamar os prefeitos e secretários de saúde dos municípios para a pactuação”, afirmou Ibaneis.

BRANQUINHO COMEMOROU PASSO PARA O ACORDO

Durante seu pronunciamento (a palavra foi franqueada aos prefeitos durante a reunião), o prefeito Branquinho afirmou que os quatro municípios mineiros que integram a Ride “querem estabelecer essa pactuação”, ao justificar que naquele momento falava também em nome de Arinos, Buritis e Cabeceira Grande. Os prefeitos respectivos estavam ausentes.

“Porque, quando se fala em saúde, temos as mesmas dificuldades que os outros. Porém, a dificuldade de Unaí é um pouco maior, em função de sua posição geográfica central no Noroeste de Minas, que obriga o Hospital Municipal de Unaí (HMU) a atender pacientes de outros 11 municípios”, afirmou Branquinho.

Mesmo constatando que o problema da saúde “era comum a todos os municípios presentes à reunião”, o prefeito ressaltou algumas características que, para ele, torna a situação de Unaí um tanto peculiar:
a distância da capital de Minas Gerais em relação à Unaí (600 km); a referência cardiológica para os unaienses estar a 750 km de distância, em São Sebastião do Paraíso, no sul de Minas; e a região noroeste ser a única em Minas Gerais que não possui um hospital regional, sob gestão do Governo do Estado.

E gerir o Hospital Municipal como se fosse regional, segundo o prefeito, traz dor de cabeça e gastos excessivos para o município (cuja responsabilidade institucional é a atenção primária - ou atenção básica - à saúde).

Ele lembrou que, em 2021, enquanto o município de Unaí gastou R$ 40 milhões na assistência hospitalar, o Governo de Minas aportou apenas R$ 2,5 milhões de recursos do Estado no Hospital Municipal, que atende toda a região.

Para remediar parte da dificuldade, Branquinho lembrou aos presentes que Unaí vai construir o Hospital Regional do Noroeste, cuja obra completa está calculada em cerca de R$ 150 milhões.

Para iniciar a obra, o município conta com R$ 40 milhões de repasse do Governo do Estado (verba de compensação da Mineradora Vale destinada aos municípios mineiros, viabilizada pela Assembleia de Minas, pela tragédia socioambiental causada pelo rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho) e R$ 20 milhões de aporte com recursos próprios da Prefeitura.

“É certo que, nos próximos anos, temos a esperança de que o Estado (Governo de Minas) vai se fazer presente, na área da saúde, no Noroeste de Minas. O governador Zema arrumou a casa, colocou a casa em ordem. Minas hoje está recuperada, agora é dar sequência”, assinalou o prefeito de Unaí.