Árvores de grande porte (com raiz vigorosa e invasora) e árvores frutíferas não deviam (e não devem) ser plantadas em calçadas, praças, canteiros centrais, na beira do córrego Canabrava, na via canalizada da antiga grota do Taquaril, próximo a postes, debaixo da fiação, sobre a rede de água, enfim, o plantio desses tipos de árvores deve ser evitado nas áreas públicas da cidade. Para evitar o equívoco e posteriores transtornos, a recomendação é que o morador procure a Prefeitura (Secretaria de Obras ou Secretaria de Meio Ambiente) antes de fazer qualquer plantio. Os órgãos vão orientar o plantio da espécie correta e no local adequado.

"Precisamos demais da parceria da população e da vontade daqueles que gostam e cuidam das plantas. Queremos que continuem plantando e nos ajudando. Mas o plantio tem de ser feito da maneira correta", observa o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Durval Mendonça. Ele reconhece, e elogia, o intuito das pessoas que ajudam a arborizar a cidade, a fim de torná-la mais verde, mais bonita, mais agradável, porém alerta que determinadas espécies de árvores vão trazer prejuízos, ou transtornos, por terem sido plantadas em locais incorretos.

"A intenção das pessoas que plantam, que cuidam, é boa demais. Mas se forem orientadas sobre que espécie plantar e onde plantar, aí a intenção delas terá sido ótima. Para fazer a coisa certa, oferecemos a parceria da prefeitura", afirma Durval. A Prefeitura pode orientar o morador, doar a muda e até plantar. Os cuidados com a planta, daí em diante, ficam por conta da pessoa. "Aí vamos precisar da ajuda do morador, porque a prefeitura não dá conta de tudo", afirma.

POR CIMA DA ANTIGA GROTA

Na antiga grota, por exemplo, há canalização em determinadas partes e não pode plantar árvores com raízes profundas e que se espalham, mas há ocorrências. "As raízes podem se expandir e arrebentar a obra de drenagem feita naquele local. E para consertar, o município terá de gastar tempo (poderia estar executando outro serviço) e dinheiro da população", alerta o secretário, observando que o plantio na via pública e em espaço sobre a grota somente de árvores de pequenos portes ou arbustos.

Frutíferas, como pés de goiaba e de manga, também são comuns no canteiro central da avenida que passa por sobre a obra canalizada da antiga grota. Ao dar frutos, a previsão é que sujarão as ruas, atrairão insetos e roedores, atrapalharão ciclistas e motociclistas. Veículos passarão por cima de goiabas podres, por exemplo. Uma sujeira só. "Pedimos à população que não plante pés de frutas em ruas e praças. Assim como árvores de grande porte, elas devem ser plantadas em quintais, sítios e fazendas", reforça Durval.

O secretário conta que um levantamento minucioso feito pela Prefeitura deve indicar que algumas árvores deverão ser retiradas de determinados pontos da cidade, pelo risco de destruição que oferecem às construções públicas. Para compensar, espécies mais adequadas serão plantadas no local onde houve a remoção ou até em outras partes como o "bosque" feito pela Prefeitura no final da canalização do Corguinho, perto da Unidade Básica de Saúde do bairro Canabrava.

"Aqui (no bosque) são várias espécies de plantas crescendo, inclusive frutíferas", revela a paisagista da Prefeitura, Cleusa de Oliveira. No local, as mudas são plantadas com critério técnico, observadas inclusive a distância entre uma e outra e a disposição do plantio.

NAS MARGENS DO CORGUINHO

Árvores de maior porte e frutíferas podem ser vistas em alguns pontos do Corguinho, situação considerada como "transtorno" pela Secretaria de Obras. As raízes vigorosas das árvores de maior porte ameaçam arrebentar a estrutura de concreto do córrego Canabrava.

Frutíferas, como as mangueiras, são belas e oferecem sombra. Mas podem trazer transtorno quando começarem a dar frutos. Além de atrair insetos, os frutos que caírem podem "atrapalhar" as pessoas que fazem caminhadas ou corridas no calçadão.

Além das já famosas mangueiras, que crescem sem parar, nas margens do córrego há mudas plantadas de laranjeira, limoeiro, mamoeiro e goiabeira. "Nenhuma delas recomendada para o local", adverte Durval Mendonça.

PRÓXIMO A POSTES DE ILUMINAÇÃO

Se a árvore plantada próximo a um poste for de maior porte, em pouco tempo ela pode obstruir a iluminação e provocar outras dificuldades, quando da expansão da raiz.

DEBAIXO DE FIOS OU SOBRE A REDE DE ÁGUA

Antes de plantar numa calçada, o cidadão deve procurar a espécie de árvore que não vai trazer transtorno quando crescer. Uma volta pela cidade revela uma quantidade imensa de árvores cujos galhos empurram os fios de energia.

Plantar árvores com raízes profundas ou que invadem a rede de água (tubulação) é um convite ao desastre.

NAS CALÇADAS

Quando a pessoa não conhece e planta uma árvore de grande porte na calçada, a destruição será questão de tempo. Quando as raízes são vigorosas, como a fícus, quebra a calçada, invade as tubulações e, em alguns casos, tem de ser retirada, senão oferece risco à própria casa.

NOS CANTEIROS CENTRAIS

Somente arbustos devem ser plantados nesses locais. Árvores de grande porte e frutíferas devem ser deixadas para sítios e chácaras.

Frutíferas (como pés de manga), em canteiros centrais, por exemplo, podem até embelezar e fornecer sombra, mas o local não possui estrutura, afora o transtorno garantido pela sujeira da cidade, quando o fruto começa a cair do pé.

PLANTIO ORIENTADO

Portanto, antes de o morador fazer o plantio de uma árvore, atitude muito elogiada e estimulada pela Administração Municipal, a recomendação é que procure orientação na Prefeitura.

Definida a espécie adequada para o local mais correto, o morador tem a opção de retirar a muda no Viveiro Municipal. Se ele se comprometer a cuidar da planta, a Prefeitura pode até ajudar no plantio.

NAS FOTOS ABAIXO: EMBORA TRANSPIRANDO BELEZA, ESSAS ÁRVORES FORAM PLANTADAS EM LOCAIS INADEQUADOS