PMU faz mobilização para divulgar o Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio

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A Prefeitura de Unaí, por intermédio do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) – órgão vinculado à Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) –, realizou na manhã desta sexta-feira (15/9) atividades para chamar a atenção da sociedade para prevenir um mal que atinge o mundo inteiro: o suicídio. A mobilização foi na Praça JK e envolveu psicólogos e agentes de saúde da Sesau, além de parceiros da Secretaria de Cultura, em ações para chamar a atenção da sociedade.

 

O Setembro Amarelo foi instituído para marcar o mês para divulgação de ações de prevenção e combate ao suicídio em todo o mundo. O Brasil ocupa a oitava posição em números de casos mundiais de suicídio. A cada 45 minutos, uma pessoa se suicida no país, de acordo com registros oficiais. A situação pode ser mais grave, porque muitos casos ficam sem notificação no Brasil ou são subnotificados, não figuram nas estatísticas.

 

Para tentar reverter um quadro de crescimento no número de suicídios (10,4% de aumento entre 2000 e 2012, sendo mais de 30% em jovens), autoridades de saúde estão incrementando as ações preventivas. Instituir o Setembro Amarelo foi uma dessas iniciativas, para o sistema público de saúde divulgar oferta de serviços de orientação e tratamento na rede pública de saúde, caso a pessoa revele sinais de transtorno mental que pode levar ao suicídio.

 

A campanha visa principalmente levar informações à sociedade sobre os atendimentos preventivos oferecidos pelo município, porque a maioria das pessoas não sabe que há um tratamento disponível no sistema de saúde (SUS). E a entrada do SUS é o atendimento primário à saúde realizado nos PSFs ou unidades básicas de saúde, que é uma política pública municipal.

 

Depressão é o principal gatilho

 

De acordo com a coordenadora do Caps Unaí, Karita de Oliveira, quase 100% dos suicídios estão relacionados à doença mental, com especial destaque para a depressão. "A maioria das pessoas que tentam o suicídio possui o diagnóstico de transtorno mental associado. Especialmente os quadros que a gente chama de transtorno de humor: a depressão grave está no topo", revela.

 

Parentes e amigos devem ficar atentos a sinais que indicam mudanças de comportamento. Se a pessoa deixa de fazer as coisas que gostava, como esporte e lazer; se o trabalho ou o estudo viraram um fardo pesado demais e a pessoa já não possui a energia de antes; se procura o isolamento, não quer sair do quarto, não quer conversar com ninguém; fica triste, chora o tempo todo; tudo isso indica ser hora de procurar ajuda especializada.

 

Por isso, segundo a especialista, as pessoas mais próximas precisam atentar para as modificações no comportamento do parente ou amigo, porque quem comete suicídio, geralmente, emite sinais previamente. Ela pode fazer comentários como "eu não presto pra nada", "esta vida não me serve mais", "eu deveria morrer". Ou seja, na maioria das vezes, o autoextermínio sucede a um quadro psicológico que gera sofrimento contínuo e intenso à pessoa, e ela não encontra ajuda.

 

Com isso, a campanha Setembro Amarelo tem um importante papel: divulgar que a pessoa (ou a família) pode procurar ajuda nas unidades de saúde pública. Neste mês, profissionais especializados do CAPS Unaí capacitaram profissionais da rede de saúde (nas unidades básicas e no Hospital Municipal) para identificar sinais de transtorno e para efetuar o atendimento das pessoas que revelam quadros que podem levar ao suicídio.

 

"O profissional que fizer o acolhimento da pessoa vai identificar os sinais e fazer a classificação de riscos. Em muitos casos de depressão leve, o próprio clínico do PSF pode atender e fazer o acompanhamento do paciente. Em casos de maior risco, o paciente será encaminhado para o serviço especializado", explica Karita, quando perguntada o que a própria pessoa (ou um familiar, ou amigo) pode fazer quando percebe os sinais desencadeantes de autoextermínio.

 

O diagnóstico precoce do transtorno mental ajuda a obter resultados mais positivos. Quanto antes a pessoa iniciar o tratamento, diz Karita, melhor a chance de ela manter a estabilidade, não tornar o problema crônico. "O suicídio é um fenômeno que sempre existiu, é multifatorial e muito complexo. Mas tem como prevenir. Se a gente fizer o atendimento no momento adequado, incluindo medicação e acompanhamento, tem como prevenir".

 

Álcool e drogas

 

A dependência química também precisa ser tratada, segundo a coordenadora do Caps, "por se tratar de doença que pode desencadear quadros psicóticos e, por consequência, o suicídio", ressalta.

 

Ela explica que muitas vezes a dependência química está relacionada a uma doença mental prévia. Se a pessoa é portadora de doença mental já está em situação de risco. O uso de álcool e outras drogas, ela diz, pode ser a forma que a pessoa encontra para aliviar a dor que está sentindo, em função de um processo depressivo.

 

E, como sublinhou a especialista, a depressão é o principal gatilho que leva uma pessoa a suicidar-se.

 

Estatísticas

 

Para que haja estatísticas, é preciso que os casos sejam registrados. Em Unaí, ainda não há um registro sistemático de ocorrências. A maioria dos municípios brasileiros não valoriza a produção de dados estatísticos para a formulação de políticas preventivas.

 

O Setembro Amarelo também chama a atenção para a necessidade de produção de dados concretos e confiáveis. Como os casos de urgência e emergência dão entrada no Pronto-Socorro e Hospital Municipal, a meta é centralizar o serviço no HMU para evitar a duplicação de dados.

 

A produção de estatística sobre os casos de suicídio em Unaí é medida que se impõe para revelar a dimensão e o impacto do problema na comunidade e direcionar políticas públicas de saúde para prevenir e combater cada vez mais as ações de autoextermínio.

 

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Profissionais da saúde fizeram a mobilização na Praça JK

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Além de receber informações sobre o Setembro Amarelo, os passantes puderam aferir a
pressão arterial e medir a glicose do sangue


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