Noroeste é única região de Minas sem Hospital Regional; Unaí é o maior prejudicado

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Todas as regiões do Estado de Minas Gerais possuem Hospital Regional. A exceção é a região noroeste. Neste pedaço de Minas, os hospitais que existem em Unaí, Paracatu e João Pinheiro são municipais, ou seja, mantidos quase totalmente com recursos dos municípios. Em razão de sua posição geográfica, Unaí arca com prejuízo financeiro maior (que os outros dois) pela demanda de municípios vizinhos que é obrigado a atender. Material demonstrativo dessa situação foi entregue pelo prefeito José Gomes Branquinho ao governador Fernando Pimentel, em mãos. O prefeito de Unaí também quer apresentar o material para o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, e pedir providências para a construção de um hospital regional no noroeste e destinação de verbas para melhorar o setor nos municípios. A manutenção da estrutura e dos profissionais do hospital regional é de responsabilidade do Estado.

 

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Mesmo havendo três hospitais municipais no noroeste de Minas, Unaí paga o preço mais alto, em razão de sua localização geográfica. O prefeito Branquinho explica: "desses três, Unaí é o que mais sofre. João Pinheiro está numa extremidade da região, e muitos municípios próximos (a João Pinheiro) procuram Patos de Minas, onde o hospital é regional (do Estado). Os municípios próximos a Unaí demandam atendimento aqui. Paracatu sofre menos, porque está no meio (entre Unaí e João Pinheiro), e fica em situação mais confortável".

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Em 2016, Unaí destinou 42% da receita do município para custeio da saúde. Do total de R$ 60 milhões gastos, 80% foram recursos provenientes do município, 7% do Estado e 3% da União. "Isso não pode continuar desse jeito. Esse gasto maior, institucionalmente, deveria ser do Estado e da União. De acordo com a Constituição federal, a referência de gasto com a saúde municipal é 15%, mas Unaí gastou quase três vezes mais no ano passado. Isso é muito", desabafou Branquinho, lembrando que a responsabilidade constitucional do município refere-se ao atendimento básico de saúde: manter em funcionamento os postos de saúde e o programa de saúde da família. Em obediência a essa determinação, Unaí deveria ter cobertura integral de PSF, entretanto, somente metade da população é coberta pelo Programa de Saúde da Família.

 

"Não conseguimos cumprir com nossa obrigação institucional. Não conseguimos oferecer PSFs a toda a população, porque parte significativa dos recursos públicos do município são direcionados para o Hospital Municipal. O Hospital Municipal funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Não para nunca. Dos 30 milhões de reais gastos no hospital municipal ano passado, 27 milhões foram dinheiro do município. O resto, menos expressivo, foi repasse do Estado de Minas e da União", explica o prefeito.

 

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Para se ter uma ideia, quase metade das crianças que nascem na maternidade do Hospital Municipal de Unaí pertence aos municípios vizinhos. Branquinho, porém, não culpa os vizinhos (pactuados com Unaí) pelo gargalo na saúde unaiense. "Os pacientes dos municípios vizinhos não têm nada com isso. Eles são mal servidos lá. Os municípios não têm estrutura para tratar os pacientes deles. Isso é uma deficiência do Estado, que deveria estar cobrindo as dificuldades dos municípios. Mal servidos lá, os pacientes viajam 100, 150, até 280 quilômetros até Unaí. Chegam aqui e são mal servidos. Nós não queríamos isso em Unaí. Queríamos atender bem. Mas não há estrutura adequada e nem recursos financeiros para isso. E não é o que queremos", desabafa o prefeito.

 

A reformulação da política de saúde no noroeste de Minas, um maior aporte de recursos para os municípios e a construção do Hospital Regional no Noroeste integram a pauta que o prefeito pretende discutir com o secretário Sávio Souza Cruz. Para a reunião em BH, Branquinho quer estar acompanhado do deputado estadual João Vítor Xavier e do deputado federal Paulo Abi-Ackel.

 











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