Unaí no Dezembro Vermelho: HIV detectado e tratado a tempo evita morte por aids

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A Prefeitura de Unaí, por meio do Same (Serviço de Atendimento Médico Especializado), entrou esta semana na Campanha do Dezembro Vermelho. A campanha visa mudar, na população (principalmente jovem), a atitude e a percepção da importância da prevenção, teste e tratamento do HIV, para evitar a aids. Em entrevista coletiva, o médico infectologista Luís Gustavo Santos, que atende no Same Unaí, afirma que "em caso de teste positivo para o HIV e com tratamento adequado, o vírus pode ficar indetectável e o paciente não desenvolver a aids". Por isso, o foco na campanha estimulando as pessoas a fazer o teste. Em Unaí, o teste rápido para detecção do HIV pode ser feito em todos os PSFs. Quem não possui PSF de referência, deve agendar o teste no Same, que fica na avenida Governador Valadares, 2.356, bairro Divineia. Para mais informações, ligar 3677-5056.

 

"O que a gente observa no município é um retrato do que acontece no Brasil. Comparando com 2010, a taxa de novos casos de HIV positivo em Unaí hoje é três vezes maior", afirma o infectologista. Para ele, a explicação do aumento de casos positivos detectados pode estar assentada sobre duas hipóteses: 1) as pessoas estão se protegendo menos nas relações sexuais (sexo sem camisinha), principalmente as do sexo masculino, com idades entre 20 e 34 anos – e mulheres acima dos 40 anos (mas há pessoas infectadas em todas as classes sociais e nas diversas faixas etárias); 2) a população está recebendo mais informações, como no Dezembro Vermelho, sobre a necessidade de realizar o teste de HIV (onde e como são feitos os testes).

 

Sem o teste, muitas pessoas carregam o HIV no sangue, mas ainda não sabem. No Brasil, estima-se que 135 mil pessoa sejam HIV positivo, sem saber. Nessa condição, podem retransmitir o vírus para outras pessoas ou mesmo desenvolver aids, se não houver o tratamento adequado, especialmente com a administração de medicamentos.

 

Os testes rápidos de HIV (com resultado em 30 minutos) podem ser feitos, mesmo sem pedido médico, em todos os PSFs de Unaí e na unidade do Same. Basta que a pessoa telefone ou vá pessoalmente às unidades e agende a testagem. Os testes no Same ocorrem de segunda a sexta, das 8h às 14h.

 

Deu positivo! E agora?

 

Quando o teste dá positivo para o HIV, o paciente é referenciado para o Same, onde será tratado por uma equipe multidisciplinar (médico, enfermeira, psicóloga, farmacêutico). Além do acompanhamento com os profissionais, o paciente recebe um medicamento altamente eficaz no controle do vírus. "O medicamento ofertado pelo SUS é o que há de mais moderno no mundo para tratamento do HIV", ressalta o infectologista, observando que o paciente bem controlado com o remédio pode ter a carga viral negativada no organismo, ou não produzir mais cópias do vírus.

 

A facilidade, a gratuidade e a eficácia do tratamento não eliminam, porém, a necessidade de adotar medidas preventivas contra a infecção. A orientação, segundo o médico, é evitar comportamentos de risco, como a prática do sexo desprotegido (sem uso de camisinha) ou compartilhamento de seringas que podem estar contaminadas.

 

HIV x aids

 

Portar o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) não significa necessariamente desenvolver a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids). O infectologista do Same explica que o HIV, quando detectado e tratado com medicamento, dificilmente se multiplicará no organismo humano a ponto de virar aids.

 

Antes de matar a pessoa (geralmente por doenças oportunistas, já que destrói o sistema de defesa do organismo), na maior parte dos casos a aids pode provocar uma série de sintomas, entre os quais perda de peso significativa, tuberculose, alguns tipos de câncer, lesões na pele.

 

De acordo com estimativas do Ministério da Saúde, cerca de 8.000 pessoas morrerão no Brasil este ano em decorrência de complicações resultantes da aids. Em 1º de dezembro, o mundo comemorou o Dia (mundial) de Luta contra a Aids.

 

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Médico infectologista Luís Gustavo Santos explica o Dezembro Vermelho para repórteres de TV

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A enfermeira Lívia Ramos, do Same, fala como são feitos os testes rápidos e
o acompanhamento dos pacientes na unidade


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