Unaí contra o coronavírus: barreiras sanitárias funcionam 12 horas por dia, de domingo a domingo

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Sete dias por semana, 12 horas por dia de trabalho (sem interrupção). O café e o almoço são servidos no local, isto é, na beira da rodovia. Essa é a rotina vivida por 22 técnicos de enfermagem da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) desde o dia 21 de março, quando foram instaladas as barreiras sanitárias nas quatro entradas da cidade: chegadas de Paracatu, de Brasília, de Arinos/Buritis e de Boa Vista.

 

Das 6h às 18h (horário de pico no tráfego de veículos e nas viagens de ônibus), os técnicos param veículo por veículo (ônibus, carretas, caminhões, carros, motos, bicicletas) para verificar temperatura corporal e sintomas de gripe em todos os condutores e passageiros que passam pelo local, ou chegam a Unaí vindos de outras localidades. Os servidores municipais da saúde contam com o apoio de policiais militares em todas as barreiras.

 

Todos são parados?

 

A determinação é parar todos os veículos e verificar a condição "específica" de saúde de todos os ocupantes. Mas, por que alguns passam direto na barreira? O técnico de enfermagem Pedro de Andrade explica tratar-se de moradores de bairros vizinhos à barreira (como o Riviera Park) que passaram por lá duas ou três vezes num mesmo dia.

 

Um ou outro ônibus também passam "direto". Isso é normal? O da Coagril, por exemplo, é uma das exceções. A cooperativa possui serviço permanente de controle de saúde dos trabalhadores. Ou seja, a aferição da temperatura e a verificação são feitas diariamente na própria empresa.

 

O mesmo ocorre com algumas fazendas que transportam trabalhadores da colheita. Elas emitem diariamente a ficha de controle da saúde dos trabalhadores, a qual é apresentada na barreira sanitária.

 

"Todos os dias, antes de entrarem nos ônibus, esses trabalhadores têm sua situação avaliada e temperatura aferida. Isso vai para a ficha de controle", afirma Pedro. Se não for apresentada a ficha de controle na barreira, precisam descer um a um para a verificação.

 

No caso de ônibus de viagem, os passageiros descem, respondem perguntas dos técnicos e têm a temperatura aferida. O mesmo ocorre com o motorista e o trocador do ônibus. Motociclistas, ciclistas, ninguém escapa da "verificação" nas barreiras.

 

Atenção redobrada

 

Casos que exigem maior atenção dos técnicos nas barreiras sanitárias, segundo Pedro, são os profissionais de saúde que trabalham em Brasília, mas moram em Unaí. "Nossos colegas da área de saúde que chegam de Brasília precisam ser muito bem interrogados e observados", afirma o técnico.

 

Segundo ele, foco especial nas pessoas que trabalham ou passaram pelo Hran (Hospital Regional da Asa Norte), unidade referência para atendimento de queimados e, atualmente, da Covid-19. Moradores de Brasília que chegam a Unaí também são observados com atenção redobrada.

 

Casos

 

Quando nas barreiras os técnicos verificam casos de febre alta, o paciente é notificado. Se, além de febre, houver sintomas de gripe (dor de garganta, coriza, tosse, dificuldade de respirar), é notificado, e os técnicos acionam a equipe médica volante, criada no município para enfrentar casos da Covid-19.

 

"Pacientes com sintomas mais intensos são monitorados", explica a enfermeira Danyani de Oliveira Vale. Ela compõe a equipe volante com o médico Juliano Machado Ramos. A equipe trabalha 8h por dia e acompanha uma média de 6 a 8 casos, diariamente.

 

Essa equipe pode ser acionada para atendimento nas barreiras sanitárias, nos domicílios, ou para fazer monitoramento de pacientes por telefone. Cada uma dessas ações depende da intensidade dos sintomas do paciente e do direcionamento que o caso requer.

 

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