Agosto Dourado na pandemia: Unaí incentiva aleitamento materno; mãe pode ter covid e amamentar

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A campanha informativa sobre a importância do aleitamento materno começou pelo PSF do Mamoeiro em 2021, com um bate-papo entre Maria Vannina Carvalho - fisioterapeuta que trabalha há mais de 30 anos em Brasília com atividades de incentivo à amamentação - e parte da comunidade atendida na unidade de saúde do bairro. Com o tema "Proteger a amamentação é responsabilidade de todos", o Agosto Dourado deste ano em Unaí, mais uma vez, apresenta o diferencial de ser realizado em plena pandemia de covid-19. No ano passado, a programação foi toda on-line, porque era momento crítico da pandemia, com grande ocupação de leitos hospitalares e ainda sem a disponibilidade de vacinas.

 

A questão da covid é um ponto de destaque a mais na campanha deste ano. Vannina conta que no início da pandemia se teve muita dúvida se a mãe que contraiu covid poderia amamentar ou mesmo continuar amamentando seu bebê.

 

E, hoje, ela comemora o fato de a Organização Mundial da Saúde e outras entidades que trabalham com mães e bebês, principalmente a Unicef viram – e está sendo comprovado – que a mãe que está amamentando e contraiu covid pode continuar amamentando, se ela quiser. "Não tem problema, (o vírus) não passa para o bebê".

 

A contaminação pode ser evitada desde que a mãe use a máscara de proteção na hora de amamentar e higienize bem as mãos antes de pegar o bebê. "É importante que a mãe não contamine o bebê nem pela mão e nem pela respiração", Vannina observa.

 

AMAMENTAR VALE OURO

 

O lema podia ser lido em quadro exposto no PSF do Mamoeiro e é assim explicado por Vannina. "O agosto é dourado, porque o aleitamento materno vale ouro". Ela acrescenta que o leite produzido pela mãe nos primeiros dias de vida do bebê, o colostro, tem uma cor também amarelada e equivale a uma vacina. "É o primeiro imunizante já aplicado nos primeiros sete dias de vida do bebê. Uma gota desse leite numa UTI neonatal pode salvar uma vida".

 

O leite materno é preparado no organismo da mãe precisamente para o bebê, e à medida que este for crescendo, o leite vai se adaptando às suas necessidades. "O leite materno tem todos os nutrientes que o bebê precisa. Além de alimentar, ele hidrata o bebê. Nos primeiros seis meses, deve ser o alimento exclusivo do lactente. "Nesse período, dar somente o leite, nada de água, nada de chá, nada disso", sentencia a especialista.

 

SE AMAMENTAR É NATURAL, POR QUE A DIFICULDADE?

 

Segundo Vannina, a amamentação humana não é tão natural, quanto em outros mamíferos. Isso, segundo ela, porque o bebê não põe a boca no peito de forma adequada. "Na maior parte dos casos, as mães de primeira viagem têm dificuldades de amamentar seus bebês".

 

Nos mais de 30 anos que trabalha com a amamentação, Vannina enfatiza que a "pega do bebê no peito para sugar o leite" é a questão mais emblemática. "A pega incorreta faz a mãe sentir dor, faz o peito rachar, machuca o bico".

 

Ela acrescenta que, se a mãe sente dor, a consequência pode ser o desprazer em amamentar. "Para ser prazeroso, o bebê tem de estar com a função de querer mamar, e a mãe disposta a amamentar". No início, a especialista reconhece: "é difícil mesmo". Superada essa fase, o ato vai se naturalizando.

 

MITOS DEVEM SER DESFEITOS

 

Os mitos também podem atrapalhar a decisão da mulher de amamentar. Vannina lembra de pelos menos três mais comuns: "meu leite é fraco, menino mama mais que menina, minhas mamas vão cair".

 

Ela desmonta um por um: primeiro, "não existe isso de leite fraco, porque o alimento é próprio para o bebê, tem todos os nutrientes que ele precisa. E o bebê que toma exclusivamente leite materno tem mais fome (alimento mais apropriado) que o bebê que toma leite de fórmula (industrializado);

 

Segundo, não há diferença no consumo entre meninos e meninas, a diferença é de bebê para bebê; e terceiro, a mama da mulher pode cair mais provocada pelos efeitos da gravidez do que pela amamentação".

 

A SUCÇÃO NÃO NUTRITIVA E O AFETO

 

Algumas vezes o bebê nem quer tomar leite, mas precisa de estar "ao peito" da mãe, na sensação de aconchego, de acolhimento, de carinho. E o ato se sugar pode gerar sensação de prazer e de segurança em alguém que esteve durante nove meses dentro da barriga da mãe. "E quando ele sai (da barriga), encontra uma outra realidade, um outro universo", comenta Vannina.

 

Esses e outros temas abordados pela especialista nessa conversa com a reportagem podem também ser acompanhados nas palestras e bate-papos que Vannina Carvalho fará em Unaí ainda neste mês: no PSF Bela Vista, dia 16, às 8h; e no PSF Primavera, dia 23, às 15h.

 

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