HIV/Aids – para o teste rápido, a pessoa não precisa de pedido médico, preparo prévio ou estar em jejum; basta um furinho no dedo e o resultado sai na hora

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Já vai longe o tempo em que um diagnóstico de HIV positivo era uma espécie de sentença de morte para o paciente infectado. Hoje, os serviços de saúde orientam o indivíduo a fazer o teste rápido após uma relação sexual desprotegida (sem camisinha). E rápido também deve ser o inicio do tratamento,

em caso de positividade. Adequadamente tratado, o paciente soropositivo tem garantia de vida normal.
E todo o serviço (testes rápidos, acolhimento, tratamento, medicação, acompanhamento por equipe multiprofissional especializada) é ofertado gratuitamente pelo SUS e totalmente sigiloso. Em Unaí, é oferecido pelo Serviço de Atendimento Médico Especializado (Same), órgão da Secretaria Municipal de Saúde que atende Unaí e mais 11 municípios da região.


O uso do preservativo (camisinha) durante as relações sexuais continua sendo a melhor medida preventiva contra a infecção por HIV, vírus que (se não combatido com medicação antirretroviral) ataca o sistema imunológico da pessoa infectada, destruindo as defesas naturais contra doenças oportunistas.


Se não tratado (mais rapidamente) com o medicamento adequado, o soropositivo pode ter a carga viral substancialmente aumentada no organismo, situação que leva o indivíduo à morte. Um tratamento adequado garante vida normal e com qualidade ao soropositivo.


Para lembrar que o 1º de dezembro é o Dia Mundial de Combate ao HIV/Aids, o setor de infectologia do Same Unaí promove, nesta quinta-feira (1º/12), um dia inteiro de orientação geral à comunidade e de realização de testes rápidos.


Um mural com as mais importantes informações sobre prevenção, testes rápidos, exames e tratamento estará exposto no Same (avenida Governador Valadares, 2.356, bairro Divineia).


E das 7h às 13h, interessados poderão fazer o teste rápido voluntariamente. Para o teste, o indivíduo não precisa de pedido médico, de preparo prévio e nem estar em jejum.


“É só chegar, fazer um furinho no dedo, coletar uma gota de sangue, e o resultado sai na hora”, explica a enfermeira do Same Unaí, Lívia Araújo Ramos.


Ela observa ainda que interessados também poderão fazer (na hora) exames de sífilis e hepatites B e C. Haverá ainda distribuição gratuita de preservativos masculinos (camisinhas), preservativos femininos e lubrificantes.


O teste rápido e a distribuição de preservativos também ocorrerão em todas as Unidades Básicas de Saúde ou PSFs de Unaí.


DEU POSITIVO! E AGORA?


Lívia Ramos explica que quando a pessoa é diagnosticada com HIV (nos testes realizados em alguma unidade de saúde) é encaminhada ao Same, onde é acolhida pelo serviço de psicologia e passa pela primeira fase do processo.


A psicóloga acolhe a pessoa, explica como será o tratamento, fala sobre a doença, esclarece dúvidas.
A própria psicóloga, ou a enfermeira, já entrega a solicitação dos exames iniciais e agenda o exame de carga viral (mede a quantidade de vírus no organismo e a imunidade do paciente).


Posteriormente, o paciente dá entrada na parte médica. Durante a consulta com o infectologista, o paciente entrega os resultados dos exames e já sai com a medicação antirretroviral.


“Aí, o retorno ao Same depende da carga viral do paciente, do resultado dos exames. Tem uns que voltam com dois meses, outros com três meses”, conta a enfermeira.


A partir do momento em que o paciente estabiliza a carga viral, passa a ir ao Same de 6 em 6 meses, para acompanhamento.


MEDICAMENTOS BEM ACEITOS


Ao contrário do que ocorria com os primeiros medicamentos do coquetel anti-HIV, que causavam efeitos colaterais e reações diversas nos pacientes (que passavam muito mal após tomarem o coquetel de diversos comprimidos), os antirretrovirais de hoje (4 comprimidos no máximo) são mais eficazes para impedir a multiplicação viral e pouco rejeitados pelo organismo dos soropositivos.


“A qualidade do medicamento melhorou muito. A medicação é tão boa, que se a pessoa fizer o acompanhamento certinho, em dois meses tomando o medicamento mais adequado ao seu organismo, pode reduzir a carga viral a um nível não detectável”, observa Lívia.


A qualidade e eficácia dos medicamentos influenciam totalmente na qualidade de vida dos soropositivos, que atualmente levam vida normal.


Por isso, a preocupação das autoridades e serviços de saúde para que as pessoas façam a prevenção, se protejam, ou em caso de risco, façam o teste rápido de detecção do HIV e iniciem o tratamento o mais rapidamente possível. É tudo gratuito pelo SUS.


E é uma pena que a maioria das pessoas só chegam às unidades de saúde, para o teste, quando encaminhadas por médicos. Mesmo quando têm uma relação sexual sem proteção, não procuram o teste, voluntariamente.


Só procuram o serviço médico especializado quando há um pedido médico encaminhando o paciente ao Same, pelo fato de o indivíduo estar adoecendo muito, efeito de queda da imunidade.


“O HIV destrói as células de defesa, altera a imunidade. Então, o indivíduo começa a adoecer mais facilmente”, explica a enfermeira. Doenças que aproveitam a baixa imunidade para atacar o organismo do paciente (as oportunistas, como pneumonia) podem ser um indicativo.


Processo infeccioso que não sana é encaminhado para o setor de infectologia do Same, para as providências especializadas cabíveis, como Lívia explica: “se houver alteração que o médico suspeita que tem a ver com queda da imunidade, ele vai investigar o que está acontecendo com o paciente. E no inquérito, vai pedir um exame de HIV”.


O HIV entra no rol de uma série de moléstias infectocontagiosas tratadas no Same, com destaque para hanseníase, tuberculose, leishmaniose, hepatites, infecções sexualmente-transmissíveis, entre outras.


TESTES NO SAME E NAS UBSs/PSFs


A principal medida para prevenir o contágio do HIV continua sendo o uso de camisinha durante a relação sexual.


No entanto, depois de uma relação desprotegida (sem camisinha), os serviços de saúde orientam tanto homens quanto mulheres a fazerem o teste rápido para detecção de doenças sexualmente-transmissíveis (notadamente sífilis) ou HIV.


Quem mora em área com cobertura de PSF, deve procurar sua unidade de referência e agendar o teste rápido. Quem não tem cobertura de PSF, o agendamento de teste é feito no Same (3677-5056 ou 3677-5006).


SAME ATENDE UNAÍ E MAIS 11 MUNICÍPIOS


A equipe de infectologia do Serviço de Atendimento Médico Especializado faz atualmente o acompanhamento de 313 pacientes HIV soropositivos da região.


Em sua maioria (cerca de 70%) são homens, heterossexuais, na faixa etária dos 18 aos 40 anos, e de todas as classes sociais.

 

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