Carnaval é sinônimo de festa e divertimento. Num clima de muita música, dança, alegria, sensualidade e diversão, foliões e folionas ficam muito expostos, e pode pintar um “clima”. E é aí que a pessoa deve ligar o senso de responsabilidade e conectar-se à noção de consequência. Você pode até pensar: “Uai, mas Unaí não tem carnaval”. Mas a atitude preventiva e de proteção deve acompanhar a pessoa por todos os dias do ano.

Para conversar com a população unaiense sobre os perigos do sexo desprotegido, entregar material informativo e distribuir preservativos (camisinhas), falar sobre o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) do Serviço de Atendimento Médico Especializado de Unaí (SAME) e ressaltar a necessidade de fazer o teste rápido para HIV, uma equipe SAME fez campanha na Praça JK (da Prefeitura), na manhã desta quarta-feira (15/2).

A campanha foi organizada por profissionais do próprio SAME e contou com as parcerias de alunos de Enfermagem da Facisa (em blitz educativa com entrega de panfletos informativos e distribuição de preservativos) e de atores da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, que de forma lúdica e divertida procuraram chamar a atenção do público para assunto extremamente sério.

MUITO SÉRIO

A prática do sexo desprotegido (ou sem camisinha) pode provocar a contaminação por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como gonorreia e sífilis – essas mais comuns em Unaí – e pelo HIV, o vírus causador da aids.

Para a psicóloga do SAME, Viviane Borges, as pessoas precisam ter responsabilidade sobre seus corpos, sobre suas decisões. “Num momento como o carnaval, a pessoa só quer curtir. Nem pensa nas consequências que vêm depois”.

Em Unaí, o número de diagnósticos de ISTs e HIV tem aumentado. A sífilis, por exemplo, está sendo considerada um “trem desgovernado”. A sífilis tem cura, e o tratamento é gratuito no sistema de saúde, assim como as outras ISTs.

A aids ainda não tem cura, mas o paciente soropositivo (com HIV) pode fazer o tratamento e o controle no SAME, com medicamento antirretroviral. A pessoa tratada fica com a carga viral indetectável, não transmitindo mais o vírus. Por isso, a importância de saber se tem o vírus no sangue. Só saberá, se fizer o teste. Em casos positivados, quanto mais cedo começar o tratamento, melhor.

PREVENIR AINDA É O MELHOR REMÉDIO

No setor de saúde, não há máxima mais eficiente: “melhor prevenir do que remediar”. E prevenir a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e HIV é ter parceiro fixo, conhecer a condição de saúde do parceiro em quem se pode confiar ou... ou usar preservativo (camisinha) nas relações sexuais.

A enfermeira do SAME, Lívia Araújo, observa ser importante usar preservativo nas relações e ainda fazer a testagem. A orientação é, inclusive, para algumas pessoas mesmo casadas: “Se não tem relacionamento extraconjugal, ótimo. Mas há uma parcela da população que tem relações fora do casamento. Aí, a gente orienta a fazer a testagem”.

Ser casado ou casada, ter essa ou aquela orientação sexual não garantem imunidade às doenças transmitidas pelo sexo, conforme ressalta a psicóloga Viviane. “A maioria dos infectados não é a garota de programa, ou profissional do sexo, que não se colocam em risco, porque tomam mais cuidado, procuram se proteger. Quem se infecta mais é a pessoa que não se protege, não usa preservativo, acha que não pega doenças".

As testagens para HIV no SAME ocorrem muito em função de solicitação médica. Ainda é considerada pequena a parcela da população que procura o serviço voluntariamente, por uma questão de consciência ou de cuidados preventivos com a saúde (sua e de outros). A maior parcela de infectados, em tratamento ou não, encontra-se na faixa dos 20 aos 45 anos de idade.

Infecções sexualmente transmissíveis (com destaque para sífilis e gonorreia em Unaí) podem ser tratadas nas Unidades Básicas de Saúde. Já o tratamento de pacientes com HIV e hepatites é realizado no SAME, referência regional de Unaí para todo o noroeste mineiro.