Todas as manhãs, equipes que atuam na Unidade de Terapia Intensiva Adulta (UTIA) do Hospital Municipal Dr. Joaquim Brochado (HMU) fazem contato no espaço virtual (via telefone celular) com equipes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) de São Paulo, para trocar informações e receber a melhor orientação técnica e, com efeito, intensificar a qualificação das equipes, otimizar o atendimento de pacientes internados em UTIs do HMU e reduzir a mortalidade desses pacientes.

Na troca de informações técnicas, as equipes que atuam em UTI têm muito o que “trocar” com os colegas do Hospital Alemão, que no ano passado conquistou o selo de Alta Performance (Top Performer 2022), em reconhecimento pelo padrão de excelência e segurança obtidos pelas equipes na prestação do serviço em Unidades de Terapia Intensiva. O selo foi concedido pela plataforma Epimed Solutions, que há 14 anos avalia o desempenho de mais de 750 hospitais na Europa e na América Latina.

O acesso a esse tipo de “consultoria” foi possível, porque o Hospital Municipal foi selecionado pelo HAOC para participar do projeto “Qualificação da Assistência em Terapia Intensiva por Telemedicina (Tele-UTI)”, desenvolvido em parceria com o Programa de Apoio do Desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS) e Ministério da Saúde. Assim como Unaí, outros 12 hospitais públicos brasileiros foram selecionados para ter o mesmo apoio técnico do HAOC, por tempo indeterminado.

O Tele-UTI foi implantado em Unaí em 16 de janeiro, portanto, há um mês exatamente. E nessa quinta-feira (15/2), duas profissionais do projeto (enfermeira Marília Ferrari Pereira e fisioterapeuta Márcia Pires Nogueira, do HAOC) estiveram em Unaí para conhecer a estrutura de Terapia Intensiva do Hospital Municipal.

Nesse primeiro contato presencial, disseram que a visita técnica objetivava conhecer a estrutura do HMU, sua realidade local, seus equipamentos e observar como as equipes trabalham. “Estamos aqui justamente com o objetivo de conhecer o Hospital Municipal, sua realidade, as características do trabalho: dificuldades, facilidades, recursos disponíveis aos pacientes, para podermos apoiar da melhor maneira possível”, explicou a fisioterapeuta Márcia Pires.

Para a médica Sara Israel, coordenadora da UTI do Hospital Municipal, o Tele-UTI está trazendo um ganho de produtividade enorme para o HMU, ao implementar mudanças significativas. “Principalmente com as dicas. A gente não tem a expertise (conhecimento técnico) que eles têm. São especialistas que dão a assistência que precisamos. E a melhoria é perceptível”, reconhece a médica.

Com as conversas “virtuais” entre as equipes (Unaí – São Paulo) ocorrendo todos os dias pela manhã, desde 16 de janeiro, alinhando os procedimentos, a consequência direta, segundo a doutora Sara, é a redução na mortalidade dos pacientes de UTI.

Ao final da visita ao Hospital Municipal (das 10h30 às 15h), as profissionais do HAOC reuniram-se com equipes de gestão do HMU, para avaliação e fechamento, discutir os “achados”, assinalar os pontos críticos para o alcance dos resultados, retirada de dúvidas e pactuação. Em breve, Unaí conhecerá os primeiros resultados práticos de implantação e desenvolvimento do projeto.