Saúde Municipal explica morte de criança picada por escorpião

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"Tudo o que foi possível fazer para salvar a criança foi feito. Toda a equipe do Pronto-Atendimento Municipal foi mobilizada. A morte da menina foi uma fatalidade, e não faltou atendimento médico ou de assistência à criança". A afirmação é do médico Vosmar Pereira Cardoso, diretor técnico do Hospital Municipal de Unaí (HMU), onde a menina Ana Júlia, de três anos, chegou em "estado gravíssimo", na tarde de segunda-feira (23/7).

 

Levada pela família, a menina deu entrada no Pronto-Atendimento do HMU por volta das 15 horas, aproximadamente 30 minutos (segundo a família) após ser picada na mão. "Na chegada, já foi constatado um quadro gravíssimo", afirmou doutor Vosmar. Edema agudo (líquido no pulmão), dispnéia grave (falta de ar intensa), sonolência e vômitos foram os primeiros sintomas constatados. No PA, a menina foi atendida por um médico plantonista e duas pediatras.

 

A equipe médica que assistiu a criança adotou todos os procedimentos estabelecidos em protocolo, incluindo a administração de soro antiescorpiônico. Em razão dos sintomas graves apresentados, a equipe decidiu encaminhar a menina para Brasília, em busca de melhores recursos.

 

Mas, para sair do HMU, a paciente precisava ser estabilizada, senão podia falecer durante a viagem. "Antes de enviarmos pacientes graves para outras cidades, é preciso que eles sejam estabilizados, para não morrer no meio do caminho", explicou a secretária municipal de Saúde, Denise de Oliveira.

 

Enquanto a equipe realizava os procedimentos de estabilização por meio de aparelhos, com respirador artificial e monitor de sinais vitais, outra equipe entrava em contato com o Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib), relatando o caso e reservando a vaga. Em Unaí, a menina foi entubada, hidratada, medicada, com sinais vitais mantidos e com monitoramento de todos os parâmetros normais.

 

Diante das críticas de que a falta de uma UTI em Unaí teria sido a principal causa da morte da criança, o médico Vosmar Pereira explicou que a Unidade de Terapia Intensiva nem fez tanta diferença naquele primeiro momento. A UTI, ele esclarece, teria sido utilizada num momento posterior aos procedimentos de estabilização do quadro da paciente. Porém, durante esses procedimentos, a menina sofreu uma parada cardíaca de cerca de 60 minutos.

 

O médico conta que toda a equipe do HMU, incluindo anestesista e ortopedista, fora mobilizada para manobras de ressuscitação da criança. "Eu diria que foi uma fatalidade. Não foi falta de empenho, de atendimento. A equipe fez tudo o que foi possível. Grave ela chegou, grave foi encaminhada para Brasília", lamentou. Ele próprio (doutor Vosmar) acompanhou a paciente, numa ambulância adaptada para atendimento de emergência, até o Hmib em Brasília, onde ela faleceu.

 

Segundo o médico, que também é diretor técnico do HMU, as crianças são as principais vítimas (fatais) da picada de escorpiões. No ano passado, acidentes com escorpiões provocaram a morte de outras duas crianças que deram entrada no Hospital Municipal de Unaí, vindas de municípios vizinhos.

 

"O veneno do escorpião é mais grave quando atinge crianças. E quanto mais novinhas e com menor peso, mais fortes os efeitos do veneno no organismo", esclarece o médico. De doze ampolas de soro que havia no PA por ocasião da entrada da menina Ana Júlia, seis foram utilizadas para remediar os efeitos do veneno no organismo da paciente.

 

Os idosos também são mais vulneráveis aos efeitos do veneno. A quantidade de soro antiescorpiônico ministrado no paciente depende de cada caso, classificados por leve, médio e grave. A gravidade dos sintomas apresentados, a idade e o peso da vítima são outros critérios verificados para aplicação do soro.

 

"No caso dessa criança, não faltou soro no Hospital Municipal, e nunca falta", assegurou a secretária municipal Denise Oliveira (Saúde). Ela garante que tão logo uma remessa de soro é usada, a reposição é feita rapidamente. A Gerência Regional de Saúde (GRS), órgão da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais em Unaí, é responsável por receber o soro do Estado e repassar para os municípios.

 

Em 2016, Unaí registrou 146 acidentes com escorpiões. Em 2017, foram 297 casos. E em 2018, até agora, já somaram 121 ocorrências. Desde 2016, o HMU registrou três óbitos, todos de crianças.

 

O Brasil registra uma média de 100 mil acidentes por ano em decorrência da picada de escorpião. São cerca de 200 mortes a cada ano. As crianças são as maiores vítimas. 

 

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